CHARGE JOTA CAMELO
O Estadão tem como manchete, neste momento, uma delirante matéria sobre um “Navio russo suspeito de espionagem [que] coloca Marinha brasileira em alerta“.
Trata-se do navio de pesquisa Yantar, que governos dos EUA e do Reino Unido tratam como um espião que “abduziria” o conteúdo das mensagens de internet que circulam por cabos submarinos.
Não se sabe, é claro, como fazer isso sem grampear e romper os cabos, para lá de isolados contra a corrosão marinha, mas vá lá.
Diz a matéria que “o sinal de alerta foi aceso no último dia 10, quando o Centro Integrado de Segurança Marítima do Rio de Janeiro detectou o Yantar, uma embarcação de tecnologia avançada de sensores, dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. Logo após um primeiro contato, o navio sumiu do monitoramento, levantando a hipótese de que o equipamento AIS, que permite a sua localização, tenha sido desligado”.
Só que no dia 10, o Yantar estava atracado no porto de Montevidéu, de onde só saiu no dia seguinte. Portanto, estava fora de águas brasileiras, nas quais deve ter entrado nas primeiras horas do dia 12.
E com destino declarado ao Rio de Janeiro, onde aportou dia 18., ainda de manhã (o horário da imagem é UTC, menos 3 horas aqui).
E onde ainda está, pacificamente “estacionado” no pier da Avenida Rodrigues Alves, na Praça Mauá, centro do Rio de Janeiro.
No texto, diz-se que, consultada, “a Marinha brasileira, por sua vez, informou que não levanta suspeitas e que não há nada de ilegal na presença do navio em nossas águas.
Depois do navio grego Bouboulina que derramou-mas-não-derramou – o assunto sumiu, não é – agora arranjam o “araponga submarino” russo, como se espionar-nos fosse uma prioridade para os russos, cheios de conflitos com as forças da Otan e com seus vizinhos do Oriente.
Já a Quarta Frota norte-americana e os gringos da Base de Alcântara, estes podem ficar à vontade.
O espírito do General Heleno baixou na mídia brasileira.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)