Muita gente achava que isso aí não poderia durar seis meses, mas na tarde desta quarta-feira o desgoverno Bolsonaro está comemorando 400 dias no Palácio do Planalto.
Nunca antes, na história desse país, como diria o Lula, um presidente da República causou tantos danos, em tão pouco tempo, alguns deles irreparáveis, como a destruição da Educação e do Meio Ambiente.
Com o país em colapso, triste e destroçado, o capitão e seu generais de pijama ainda têm a coragem de promover uma festinha para seus áulicos e devotos reunidos nesta cerimonia macabra para ouvir discursos e para debochar do país.
Comemorar o quê, exatamente?
Um retrato do Brasil: metade do Rio de Janeiro está bebendo lama e a outra metade está sem água.
Qual foi a providência tomada pelo governo federal até agora?
Por que não convocaram os militares para ocupar e limpar a adutora do Guandu, que em outros tempos o tenente Bolsonaro ameaçava explodir?
Não estão convocando os fardados de pijama até para cuidar dos dois milhões de contribuintes que estão penando nas filas do INSS?
Na terra do faz de conta, do papelório do mercado e das estatísticas fajutas sobre emprego e renda dos “empreendedores”, onde os órgãos de controle do Estado agora são controlados pelo governo de plantão, um ex-juiz de Maringá vira ministro da Justiça do capitão, que ganhou as eleições com a sua prestimosa ajuda, parece que este pesadelo não tem mais fim.
E só se fala em reeleição. Não por acaso, Sergio Moro será um dos oradores da pajelança no Planalto para contar como ele acabou com a corrupção e a violência, e combateu com mãos de ferro as milicias cariocas.
Que mal os brasileiros fizeram para merecer tanta desgraça?
No coquetel explosivo de fundamentalismo religioso com demência ideológica, o Brasil virou um pária do mundo civilizado, rumo à barbárie escancarada.
Encolhido e acoelhado, o país de 210 milhões de habitantes, que já foi uma das maiores economias mundiais, assiste passivamente à vassalagem que o presidente presta aos Estados Unidos, em troca de nada.
Esta semana, os três poderes reabriram as portas, após um obsequioso recesso, e não se ouviu uma só palavra sobre como se pretende enfrentar a grande tragédia social brasileira, com o país de volta ao Mapa da Fome, em que só crescem a miséria e a desigualdade.
As ruas continuam em silêncio, das oposições nem se ouve falar, a chamada sociedade civil está em quarentena, até a esperança parece cansada de esperar.
Esses 400 dias já duraram uma eternidade…
Vida que segue.
RICARDO KOTSCHO ” BALAIO DO KOTSCHO” ( BRASIL)