Tanto o prefeito quanto o governador de São Paulo não estão alinhados com o autoritarismo galopante do atual governo federal, apesar do que ocorreu na campanha de 2018, quando o governador se elegeu com o voto “bolsodória”.
Um ano de governo foi o bastante para ambos perceberem que o projeto federal é incompatível com a democracia brasileira e, sem democracia, as chances de crescimento do país, do qual São Paulo ainda é a locomotiva, beiram a nulidade.
A entidade que representa a indústria paulista caminha, no entanto, na direção oposta, rumo ao obscurantismo, à miséria dos mais pobres e à falência dos industriais.
Em mais uma demonstração de submissão a um governo saudosista da ditadura – a qual a Fiesp apoiou, financiando, inclusive, o DOI-Codi, órgão da repressão que prendeu, torturou e matou brasileiros – o atual presidente, Paulo Skaf lançou hoje, ao lado de Bolsonaro, a pedra fundamental de um colégio militar, que sela a sua aliança com o pior governo da história do Brasil.
Além do fato de que financiar colégios militares não faz parte dos propósitos da instituição, o episódio é uma iniciativa eleitoreira, visando alavancar a candidatura de Skaf ao governo paulista em 2022, o que também fere os estatutos da entidade.
A aliança espúria com um governo de extrema-direita envergonha e constrange os paulistas que em 1932 tombaram na luta contra a ditadura de Getúlio Vargas e que em 1984 lideraram o maior movimento civil da nossa história que derrubou a ditadura militar de 64.
Ao apoiar projetos de um presidente da República cujo maior ídolo foi torturador e chefe de uma central clandestina de torturas durante o regime militar, Skaf se iguala a ele e torna-se seu cúmplice, o que os paulistas saberão repudiar quando se fizer necessário.
ALEX SOLNIK ” BLOG 247″ ( BRASIL)