
Não há que se surpreender com Paulo Guedes, assim como não havia razões para esperar algo diferente de Jair Bolsonaro.
Desde o começo se sabia que Guedes era um gestor atrapalhado. É muito mais fácil comandar uma equipe de analistas, do que uma equipe multidisciplinar como o super-ministério que ele assumiu. No caso do banco de investimento, o objeto é um só, assim como o nível de conhecimento e de analise. Mesmo assim, Guedes foi um desastre, criando conflitos desnecessários com seus sócios e suas equipes, não demonstrando capacidade de convivência e de liderança. Sempre foi um grande desorganizado – e nem se tome como ofensa, porque é a característica dos intelectuais.
Se não dava certo em ambientes de conhecimento homogêneo, no governo foi pior, ainda mais com essa loucura do super-ministério colocado sob seu comando. O problema central é a recessão continuada da economia, seus impactos sobre emprego, criminalidade e contas públicas.
Hoje saiu a PNAD Trimestral (Pesquisa Naciional de Amostra de Domicílios), mostrando o tamanho da crise. Em geral, se mede o desemprego apenas no universo das pessoas que estão trabalhando ou procuraram emprego no curto prazo. O PNADT vai além. Ele investiga também aqueles que desistiram de buscar emprego e estão fora do mercado de trabalho.
O quadro é dantesco.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)