Luiz Fux, aquele do “In Fux we Trust” dos diálogos expostos pela Vaza-Jato, resolveu “matar no peito” a tarefa de defender Sérgio Moro da suspeição de que é acusado no processo que condenou Lula. Que, é bom lembrar, está na corte da qual ele participa, configurando um caso escancarado de quebra de decoro por manifestação antecipada de voto em processo sujeito a seu exame.
Disse, em palestra no Conselho Nacional do Ministério Público acompanhada pelo Valor, que Moro é “um grande brasileiro” e que as revelações da Vaza Jato são comparáveis ao “crime de lavagem de dinheiro”:
“Não se pode admitir que o jornalismo compre uma prova roubada e lave essa prova. Lavagem de notícia espúria”
O Ministro – que, Deus nos ajude, vai assumir a presidência do Supremo neste 2020 – foi intensamente aplaudido pelos procuradores presentes ao criticar a imprensa por dar notícias negativas sobre a operação, ao dar repercussão às mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil.
Não satisfeito com o pré-julgamento do caso, resolveu também fazer a crônica do “pós-julgamento”, dizendo que o Supremo “desvirtuou” o princípio da presunção da inocência ao determinar que a prisão após julgamento em 2ª instância deva ter a natureza de cautelar, não de execução da pena e, portanto, ser fundamentada e não automática.
Chegamos a um ponto em que, no supremo, até Alexandre de Moraes tem mais na cabeça que o futuro presidente do STF.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)