Os ataques de Jair Bolsonaro e de seu filho Flávio à investigação sobre o chamado caso Queiroz – as milionárias movimentações do amigo e ex-assessor do segundo Fabrício Queiroz – tem toda a pinta de que é, como se aventou aqui na semana passada, este o o “tsunami” a que se referiu o presidente da República na misteriosa declaração prevendo que iria “vencer” uma grande tempestade.
Jair Bolsonaro, na Rádio Bandeirantes, chamou de “acusação política, maldosa” as suspeitas sobre o pagamento de supostos serviços de contabilidades determinada por seu filho a pessoas com ligações com policiais acusados de integrar milícias e o agora senador diz que as informaç~~oes sobre um eventual pedido de quebra de seu sigilo bancário e de seu ex-assessor fazem parte de “uma perseguição implacável” do Ministério Público do Rio de Janeiro contra ele.
Aliás, seis meses depois do caso ter ido parar nas primeiras páginas dos jornais e cinco após ele ter dito que Queiroz havia lhe contado “uma história plausível” sobre a movimentação de dinheiro em sua conta bancária, agora tenta se desvencilhar das versões do ex-assessor: admite que são “estranhas” as desculpas apresentadas por ele de que ganharia dinheiro na venda de carros e, depois, que fazia uma “caixinha” para contratar mais funcionários para seu gabinete na Assembleia do Rio.
Diz que não sabe por onde anda Fabrício Queiroz desde que este fez uma cirurgia, na virada do ano, para extrair um câncer de intestino e que nunca soube de nada de suas atividades mesmo convivendo com ele diariamente, durante mais de dez anos.
Está evidente que ambos, que evitam o assunto há mais de dois meses, estão se preparando para revelações que sabem que vêm por aí, que tanto podem ser a quebra do segredo das movimentações de dinheiro até mesmo declarações do próprio Fabrício ou de seus parentes e associados.
Seguem a máxima de que “a melhor defesa é o ataque” e lançam um redução de danos quando sabe que eles são inevitáveis.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)