CASO MARIELLE: BOLSONARO ACUSA WITZEL, MORO QUER A POLÍCIA FEDERAL NO COMANDO DAS INVESTIGAÇÕES

CHARGE DE AROEIRA

Como era previsível, desde ontem, com as notícias de que a Polícia Civil apura um possível desentendimento entre Carlos Bolsonaro e Marielle Franco dias antes do assassinato da vereadora, Jair Bolsonaro acusou o governador do Rio, Wilson Witzel, de manipular as investigações do caso para comprometê-lo e disse, segundo a Folha que a sua vida “virou um inferno” desde a eleição do seu ex-aliado.

Que isso ia acontecer, era certo.

O espantoso foi o fato de, depois de meses de ominssão, Sérgio Moro vir a público exigir que o caso seja federalizado. Tradução, que todas as investigações passem para a “sua” Polícia Federal, mais específicamente para a gestão do Superintendente Regional que conseguiu emplacar, contra outro nome desejado, até alguns meses, por Bolsonaro.

Está claro que Moro, escandalosamente, abandonou o papel de neutralidade que deveria ter neste caso, ainda mais depois que surgiram circunstâncias que podem levar a um envolvimento do seu chefe no governo.

Federalizam-se investigações quando poderosos locais podem estar envolvidos e há razões para crer em distorções no comportamento da polícia local. Neste caso, porém, federalizar é leva-lo à polícia chefiada pelos governantes sobre os quais surgem questionamentos e rumores no caso.

Um escândalo, portanto.

Repetirei um milhão de vezes: o caso precisa ser aberto à imprensa, à exceção (e olhe lá) de alguma possível pista que ainda esteja sendo averiguada depois de cerca de 600 dias da morte de Marielle e Anderson Gomes, motorista do carro em que se deslocava.

O resto das declarações de Bolsonaro, de que a esquerda – que todo este tempo grita a pergunta “quem matou Marielle?” – não quer a solução do caso, francamente, é simples e asquerosa estupidez.

Não descartem o surgimento de fatos novos neste final de semana.

FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)

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