O dia 7 de novembro de 2019 será lembrando no futuro como o marco em que o STF deu um basta à impunidade dos juízes e procuradores da República de Curitiba, e resgatou a Constituição cidadã de Ulysses Guimarães, 31 anos depois.
Com o voto de minerva de Dias Toffoli, do qual muitos duvidavam, mas eu tinha certeza, acabou a farra da Lava Jato e o Brasil retorna ao Estado de Direito no qual todos devem ser iguais perante a lei e só podem ser presos após o trânsito em julgado.
Mais do que permitir a imediata libertação de Lula, essa decisão histórica reconciliou a nação com a democracia, tão ameaçada desde a chegada do bolsonarismo miliciano ao poder.
Perderam os carrascos de Curitiba e os sabujos da mídia que fizeram da Lava Jato sua razão de viver a serviço de interesses nada republicanos. .
Após a derrota por 6 a 5 na quinta-feira, eles não se deram por vencidos, não desistem: no dia seguinte, já estão pressionando o Congresso a colocar em votação a prisão em segunda instância derrubada pelo STF.
Querem agora jogar o Congresso contra o Supremo, criar uma crise institucional para convocar as tropas e melar o jogo.
Enquanto uns contam as horas para ver Lula finalmente livre, após 19 meses de prisão na solitária em Curitiba, outros querem atiçar os militares, como fizeram nos golpes de 1964 e 1968.
As redes sociais foram tomadas pelas miliciais digitais e os inocentes úteis do antipetismo doentio que não se conformam com a próxima libertação do maior líder político brasileiro.
Agora, todo cuidado é pouco para evitar que agentes provocadores se infiltrem nas manifestações previstas pelas forças democráticas para comemorar a vitória da Constituição.
Lula sairá da cadeia mais preparado física e mentalmente para rodar novamente este país carente de esperança em dias melhores.
Que ninguém espere dele botar fogo no circo, ao contrário: é Lula quem poderá pacificar o país e abrir o caminho para uma reconciliação nacional em defesa da democracia.
Nada acontece por acaso e tudo tem a hora certa para acontecer.
Não acompanhei o julgamento porque estava fazendo uma reportagem externa com o único sobrevivente brasileiro do Holocausto.
Ao ouvir aquele homem de 91 anos sorrindo para o futuro, depois de tudo o que passou, trabalhando e programando viagens, saí da entrevista fortalecido com o sentimento de que nós não podemos reclamar da vida.
Só não podemos perder a nossa liberdade, tão duramente reconquistada nem faz muito tempo.
Esse é o valor maior que precisamos defender.
E Lula certamente será um grande aliado de todos nós para não permitir um retrocesso.
Viva Lula Livre!
Viva a Constituição!
Viva a vida!
E vida que segue.
RICARDO KOTSCHO ” BALAIO DO KOTSCHO” ( BRASIL)