Os jornais estampam a declaração de Jair Bolsonaro, ao sair da China, de que poderá ser “um presidente sem partido”, diante das brigas (na lama) de seu atual PSL.
Poderá, senhor. presidente?
Falta-lhe a sinceridade de dizer que já é e sempre foi um político sem partido e, mesmo antes, um militar sem noção de seus deveres coletivos, do contrário não pensaria em explodir bombas em quartéis.
Porque quem teve tantos – oito: o PDC, o PPR ,o PPB , além do PTB , PFL , PP , PSC e o PSL – efetivamente não teve nenhum, embora tenha estado em muitos.
O projeto político do ex-capitão nunca foi coletivo. No máximo, como fica evidente agora, o do “coletivo familiar”.
Ele próprio, no Estadão, diz que “tanto faz” fazer parte de um partido ou não.
O único programa ou conjunto de ideias que importa é que “é melhor tirar uma foto comigo e não com outra pessoa”.
Claro, não há reação horrorizada dos que criticam o personalismo e o “populismo” de Getúlio, de Brizola ou de Lula. Serve-lhes um autocrata, desde que seu papel seja o de passar o país nos cobres, anular ou retroceder direitos e reduzir o país a um entreposto de commodities, onde possam ser gordos gerentes financeiros.
A rigor, pouco lhes importa o partido e o conjunto de ideias que um presidente represente, desde que seja um conjunto vazio, o vácuo onde possam operar seus apetites.
Numa palavra, são do partido dos sem-presidente, dos sem-governo, onde o poder do Estado seja quase que tão somente prover as tropas para descer bordoadas quando esta forma de vida se torne insuportável e leve o país à convulsão, como no Chile.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)