BOLSONARO DEVE TOMAR CUIDADO PARA NÃO CRIAR CRISE COM O PAPA

Preocupação do Vaticano com Amazônia é legítima

O governo Bolsonaro deve tomar cuidado para não transformar o Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica em uma nova crise internacional. O encontro é organizado pelo Papa Francisco e o Vaticano.

O papa disse hoje que os incêndios na Amazônia são um “problema mundial”. Ele está certo. É legítima a preocupação internacional em relação aos desmatamentos e às queimadas na floresta tropical.

O sínodo começará no domingo e durará até o dia 27 deste mês. O evento deveria ser visto pelo Brasil como uma oportunidade para reunir apoio internacional para a preservação da Amazônia, obtendo mais recursos e suporte técnico.

Mas a linha do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) tem sido de hostilidade à preocupação externa, o que é um erro. O presidente pode repetir com o papa o mesmo equívoco que cometeu ao transformar as queimadas numa crise internacional que acabou discutida na última reunião do G7, grupo das sete maiores economias do planeta.

Bolsonaro comprou uma briga desnecessária e grosseira com o presidente da França, Emmanuel Macron. O Brasil saiu perdendo e manchou sua imagem internacional.

Tentar agir da mesma forma em relação ao papa Francisco pode ser um erro ainda maior. Manter a atual política externa e a política ambiental continuará a dar força ao crescente processo de isolamento internacional do Brasil no mundo, o que tem efeitos negativos para a nossa economia e a nossa floresta tropical.

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