Semana passada, o Itaú reduziu a perspectiva de crescimento do PIB brasileiro para 1,4%. Ontem, o Citibank fez o mesmo.
Em quatro meses, cortou-se à metade a precisão do início do ano.
Hoje, o IBGE jogou uma pá de cal nas perspectivas de uma variação positiva do PIB do primeiro trimestre de 2019 sobre o trimestre anterior, ao anunciar uma queda de 1,3% na produção industrial de março, o dobro do que era esperado pelo mercado.
As instituições financeiras também vão revisar suas previsões: esperavam 2% de expansão na indústria e e, em um quarto do ano, o que têm é uma redução da produção industrial de 0,7% no primeiro trimestre deste ano frente ao quarto do ano passado e e um recuo de 2,2%, comparada aos primeiros três meses de 2018.
Hoje mesmo o Goldman Sachs disse que o número do IBGE nos coloca próximo de um “PIB negativo”.
É cedo ainda, acho, para dizer isso, mas certamente não é para dizer que este é o rumo que se está tomando.
Nossa situação só não é pior, neste campo, porque a desvalorização do câmbio têm sustentado alguns ramos da indústria que, de outra forma, estariam arruinados com as perdas de exportação para vizinhos como a Argentina.
Tudo isso ocorre e nem por um minuto o governo se afasta do seu “samba de duas notas”: reforma da previdência e intervenção – senão militar, ao menos belicista – na Venezuela.
Nenhuma das duas, claro, tem capacidade – muito ao contrário – de estimular produção e consumo.
A resposta do governo à crise econômica é o elogio ao “cada um que se vire”.
O que funciona muito pouco em quase todos os setores e que, de nenhuma forma, funciona e matéria de política industrial.
FERNANDO PINTO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)