BEM-VINDO, ALMIRANTE

Seria bom, aliás, que os partidos se abstivessem de intervir nas eleições presidenciais, evitando escolher perfis ou excluir candidatos.

Não é novidade a entrada do Almirante Gouveia e Melo nas presidenciais de janeiro de 2026. Estava escrito. E também não faz sentido invocar como estranho o facto de uma democracia ter um como chefe de Estado um ex-militar. A sério?

É pena, pelos vistos e para alguns, que essa restrição não esteja prevista na Constituição. Almirante ou cabo, sargento ou capitão, advogado ou médico, serralheiro ou agricultor — todos com mais de 35 anos e de nacionalidade portuguesa podem ambicionar o Palácio de Belém. Assim sendo, também não é novidade colocar as coisas nesses termos, sobretudo por parte daqueles que já estão no terreno a preparar as suas candidaturas.

Gouveia e Melo tem uma vantagem difícil de contrariar: perfil de rigor, empenhado em causas nacionais (como a Covid), atento às dificuldades das Forças Armadas e inquieto com a agitação na Europa e no mundo. Também joga a seu favor o facto de não estar, à partida, preocupado com o apoio deste ou daquele partido. Seria bom, aliás, que os partidos se abstivessem de intervir nas eleições presidenciais, evitando escolher perfis ou excluir candidatos.

AnteVISÃO

Fique a conhecer, em primeira mão, as principais histórias da edição que chega às bancas no dia seguinte Subscrever

Quem vai para Belém representa todos os portugueses, cá e lá fora, e essa distância entre partidos e Presidente deve manter-se em todas as circunstâncias. Marcelo não é, nem foi, o presidente da AD ou do PSD, e esse cordão sanitário tem de ser preservado. Que venha o Almirante.

LUIS DELGADO ” REVISTA VISÃO” ( PORTUGAL)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *