Quando o chefe da Igreja Católica morre, apenas alguns poucos selecionados podem votar no nome de seu sucessor. Onde e sob quais regras essa decisão é executada.
Após receber a triste notícia da morte do Papa Francisco , o Vaticano ativou o protocolo para sua sucessão, que é uma votação com características particulares: é um conclave (palavra que significa “a sete chaves”) que reúne os cardeais elegíveis para votar e que devem eleger o próximo líder da Igreja Católica . Esse processo começará novamente nesta segunda-feira, 21 de abril.
O Colégio Cardinalício, composto por cardeais de todos os continentes, participa desta eleição. O número máximo de cardeais eleitores é cento e vinte, e não participam da eleição aqueles que já tenham completado oitenta anos de idade no dia em que começa a vacância da Sé Apostólica.
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Esta eleição acontece na Capela Sistina e com voto secreto, algo que não ocorria anteriormente . O corpo do Papa será colocado em um caixão de madeira com interior de zinco e transportado diretamente para a Basílica de São Pedro, onde ficará exposto ao público, sem o uso de catafalco ou do báculo papal. A missa de corpo presente será celebrada na Praça de São Pedro, presidida pelo Decano do Colégio Cardinalício.
Após a missa, o caixão será transferido para o local de sepultamento. Embora a tradição determine que os papas sejam enterrados nas grutas do Vaticano, Francisco expressou seu desejo de ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.
Conclave: Início do processo de votação
No que diz respeito à votação, uma comissão composta pelo Cardeal Camerlengo e pelos Cardeais que exercem respectivamente o cargo de Secretário de Estado e Presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano deverá garantir os locais da Domus Sanctae Marthae para a acomodação dos Cardeais eleitores . Eles também terão que preparar a Capela Sistina para que as operações eleitorais possam ocorrer de forma rápida, ordenada e com a máxima confidencialidade.
O papa é eleito por 120 cardeais, que devem ter menos de 80 anos de idade no momento da morte ou renúncia do papa anterior. Em 22 de janeiro, havia 252 cardeais no mundo, dos quais 139 atendiam ao requisito de idade. Não está claro como os 120 são escolhidos. Pessoas com mais de 80 anos podem participar das reuniões preliminares.
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A partir do momento em que a Sé Apostólica estiver legitimamente vaga, os cardeais eleitores presentes deverão esperar quinze dias inteiros pelos ausentes. Em qualquer caso, o Colégio dos Cardeais tem o poder de adiar o início da eleição por alguns dias se houver motivos sérios. O período máximo de espera será de vinte dias a partir do início da vacância da Sé, e ao chegar esse dia todos os Cardeais eleitores presentes serão obrigados a proceder à eleição.
Para o ritual de votação, dois fogões são instalados na Capela Sistina: um para queimar as cédulas de votação e outro para emitir a fumaça que indica se o voto foi registrado ou não. Outro item que está sendo preparado é o guarda-roupa papal nos tamanhos M e G para o escolhido usar.
Quantos votos são necessários para validar a eleição de um papa?
Para que a eleição do Romano Pontífice seja válida, são necessários dois terços dos votos , calculados sobre o número total de eleitores presentes. Depois que todos os Cardeais eleitores tiverem colocado seus votos na urna, o primeiro escrutinador a move várias vezes para misturar os votos e, imediatamente depois, o último escrutinador procede à contagem dos votos.
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Eles são então retirados da urna para serem contados. Se o número de cédulas não corresponder ao número de eleitores, todas serão queimadas e o processo será repetido. Se, por outro lado, o número de votos corresponder ao número de votantes, a contagem prossegue.
Se nenhum dos candidatos obtiver a maioria de dois terços, ao final de cada sessão (dois votos) as cédulas são queimadas em um fogão junto com as notas dos escrutinadores. Produtos químicos são adicionados ao fogo para deixar a fumaça preta e indicar uma eleição malsucedida.
Proclamação do novo pontífice e a “fumaça branca”
Se um candidato for eleito e aceitar a responsabilidade, os papéis são queimados com palha seca, o que produz fumaça branca. É o sinal que anuncia ao mundo a eleição de um novo papa.
Quando a eleição define a nova autoridade máxima da Igreja Católica, o Cardeal Decano, ou o primeiro dos Cardeais em ordem e antiguidade, em nome de todo o Colégio Eleitoral, pede o consentimento do eleito com as seguintes palavras: “Você aceita sua eleição canônica como Sumo Pontífice?” . Uma vez recebido o consentimento, ele pergunta: “Como você quer ser chamado?”
Naquele momento, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, atuando como notário e tendo como testemunhas dois Mestres de Cerimônia que serão chamados naquele momento, lavra uma ata de aceitação do novo Pontífice e do nome por ele escolhido.
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Quais serão os sete pontos que o novo Papa seguirá ao ser nomeado?
1. Adoção do novo nome.
2. Perda de qualquer conexão com seu país de origem.
3. Supervisão do seu trabalho diário.
4. Designação de um confessor particular, a única pessoa que pode absolver o Papa de seus pecados.
5. Demonstração de poder absoluto sobre a Igreja Católica Romana.
6. Poder absoluto para modificar as normas e leis da Igreja.
7. Ele não pode ser julgado por nenhum homem ou tribunal.
Quais são os poderes do Papa?
♦ Aprova e suprime ordens religiosas.
♦ Concede indulgências.
♦ Beatificar ou canonizar.
♦ Nomeia bispos e cardeais.
♦ Criar dioceses.
♦ Fundou universidades pontifícias e decretou suas regras.
♦ Publica obras litúrgicas.
♦ Administra os bens das fundações dependentes do Vaticano.
♦ Ele governa e preside todas as missões ligadas ao Vaticano.
♦ Convoca conselhos.
♦ Regulamenta os feriados católicos.
♦ Publica encíclicas sobre questões de fé.
♦ Promulga, modifica ou elimina leis eclesiásticas.
♦ Ele é o maior defensor da Igreja contra a heresia.
♦ Concede dispensa de votos aos religiosos que desejam se secularizar.
♦ Reprova frases.
♦ Cria tribunais para examinar casos específicos.
♦ Elege pessoalmente os membros de cada tribunal.
ROSÁRIO BERNANSCONI ” JORNAL PERFIL” ( ARGENTINA)