Governos democratas tendem a ser tão violentos quanto o dos republicanos e, independente do vencedor, EUA continuarão financiando golpes de Estado
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O anúncio da desistência do presidente Joe Biden na campanha de reeleição nos Estados Unidos no último domingo (21) trouxe uma esperança para os progressistas em todo o mundo. Afinal, Biden deu sinais de que não teria mais condições de administrar o país, fato que favorecia a campanha do republicano e extremo-direitista Donald Trump.
Porém, para o consultor e analista internacional Amauri Chamorro, a esquerda latino-americana não tem o que celebrar. Afinal, mesmo sob a provável nomeação da vice-presidente Kamala Harris como candidata, tradicionalmente os democratas são mais violentos do que os republicanos.
“Barack Obama é o presidente que manteve o maior numero de invasões e bombardeios ao longo de oito anos de governo na história do país mais violento dos últimos séculos e ganhou o Prêmio Nobel da Paz”, observou o consultor no programa TVGGN da última segunda-feira (22).
Chamorro acrescenta que muita gente percebe que o governo Trump foi marcado pela retórica de violência e mentiras, além de notável agressividade verbal. No entanto, ele não iniciou nenhuma nova guerra, apesar da repressão na Venezuela e Cuba.
O entrevistado lembrou ainda que a esquerda latino-americana se engana ao acreditar que Kamala Harris é a solução para enfrentar Trump.
“Na verdade, para nós, dá na mesma. Eles vão continuar financiando golpes de Estado na América Latina, vão continuar atentando aos processos democráticos, vão continuar invadindo países, vão continuar financiando o genocídio em Gaza”, emendou.
Sem vida fácil
A provável nomeação de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata energizou a campanha e atraiu o recorde de US$ 46,7 milhões no único dia para financiar a campanha à Casa Branca.
Porém, o cientista político e apresentador dos programas O Mundo é um Moinho e Observatório de Geopolítica da TVGGN, Pedro Costa Júnior, lembrou que Harris não vai ter vida fácil ao longo da campanha. Primeiro porque ela ainda não é a candidata oficial e outro nome pode ganhar força até a Convenção Nacional dos Democratas, prevista para 19 de agosto.
Costa Jr. lembra ainda que Kamala, enquanto vice-presidente, não teve protagonismo no governo, até porque ela foi “fritada” pelo próprio partido. “Deram para ela o maior problema que existe nos Estados Unidos, que é a questão migratória. E ela se saiu muito mal”, comenta.