Advogada de defesa recomenda que se instaure um processo no Rio de Janeiro, onde alguns promotores teriam respeito pelo clã Bolsonaro
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta segunda (15), o acesso de advogados de defesa aos autos da PET 12.732, que trata da investigação do monitoramento ilegal de pessoas e autoridades públicas, e também determinou a retirada de sigilo de informações prestadas pela Polícia Federal, bem como de gravação realizada.
Na gravação, o então presidente da República Jair Bolsonaro (PL) comentou que o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, pediu uma vaga como ministro do STF para ajudar o caso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), investigado pela prática de rachadinhas.
“Encontrei com o Witzel […] Ele falou, resolve o caso do Flávio. Me dá uma vaga no Supremo”, disse o então presidente.
A advogada de Flávio, Luciana Pires, chama a atenção para o fato de o governador ter a Polícia Civil na mão. Mas Bolsonaro e o general Augusto Heleno concordam com a percepção de que Witzel teria ‘sede de poder’.
Esquema
Ao longo da conversa, gravada pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), os participantes da reunião tramam maneiras de livrar o integrante do clã Bolsonaro das acusações e investigações.
Em um determinado momento, Luciana Pires indica que o Frederick Wassef, advogado do então presidente e de Flávio Bolsonaro, foi investigado sob a acusação de lavagem de dinheiro. Ela comenta que tentaram fazer o mesmo com ela, mas não conseguiram.
“O que isso tem a ver com a investigação do Flávio? Nada. Tem indícios de crime? Instaura um procedimento próprio. E que a competência pare no Rio de Janeiro“, aconselha Luciana.
A advogada de defesa indica que um eventual processo deveria permanecer no estado que lançou o clã na carreira política porque lá os membros da Justiça teriam respeito pelos Bolsonaros.
“Eu li a denúncia, tem busca e apreensão até no gabinete do Senado. Tem promotores que não concordam com isso no Rio de Janeiro. Que não gostam dessas maldades. Tem promotores que têm respeito pela família do senhor”, acrescentou a advogada.
Confira a transcrição da gravação na íntegra:Informacao-de-Policia-Judiciaria-n-2404151-2024-1Baixar
CAMILA BEZERRA ” JORNAL GGN” ( BRASIL)