Jornalista, símbolo da luta pela liberdade de informação, firmou acordo com a Justiça dos Estados Unidos
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O jornalista australiano e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, deixou nesta segunda-feira (24) a penitenciária de segurança máxima de Belmarsh, no leste de Londres, no Reino Unido, após firmar um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado em acusações de espionagem.
“Julian Assange está livre“, anunciou o WikiLeaks em publicação no X (antigo Twitter), após o jornalista receber fiança do Supremo Tribunal de Londres e embarcar num avião rumo à Austrália, colocando assim um fim a trama de mais de uma década em torno da luta pela liberdade de informação.
“Este é o resultado de uma campanha global que abrangeu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até às Nações Unidas. Isto criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado. Forneceremos mais informações o mais breve possível”, acrescentou o WikiLeaks.
Entenda o acordo
Conforme acordo, Assange comparecerá ainda hoje (24), às 20h no horário de Brasília, a um tribunal das Ilhas Marianas do Norte, um território estadunidense no Pacífico. Após isso, ele deve seguir para seu país natal.
O local foi escolhido pela proximidade das Ilhas com a Austrália e porque Assange não quis viajar aos EUA.
Com 18 acusações criminais, Assange vai assumir apenas o crime de ‘conspiração’ para obter e divulgar informações de defesa nacional dos EUA.
Com isso, o jornalista será sentenciado a 62 meses de prisão, que já foram cumpridos no Reino Unido.
Risco de extradição
A defesa de Assange lutava contra o processo de extradição para os EUA, onde o jornalista corria o risco de ser condenado a 175 anos de prisão, por tornar públicos, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas do governo americano.
A esposa do ativista, Stella Assange, chegou a declarar que o marido poderua morrer se fosse extraditado. “Sua saúde está piorando, física e mentalmente. Sua vida corre perigo todos os dias que ele permanece na prisão e se for extraditado morrerá”, desabafou ela, à época.
Hoje, Stella comemorou nas redes sociais a liberdade de Assange e anunciou também uma campanha de arrecadação para custear os voos pego pelo jornalista em meio ao processo. “Julian está livre!!!! Palavras não podem expressar nossa imensa gratidão a VOCÊS – sim, VOCÊS, que se mobilizaram durante anos e anos para tornar isso realidade. OBRIGADO. obrigado. OBRIGADO“, escreveu.
Assange foi preso pela polícia britânica em 2019, depois de passar sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres, a fim de evitar sua extradição para a Suécia, onde enfrentou acusações de agressão sexual, que posteriormente foram retiradas.
ANA GABRIELA SALES ” JORNAL GGN” ( BRASIL)
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.