Assistir à fala de Jair Bolsonaro em rede de televisão, falando sobre as queimadas da Amazônia fez-me voltar no tempo e lembrar de um de seus primeiros compromissos presidenciais, o discurso em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial.
Ao contrário de suas entrevistas de improviso e de suas “lives” na internet, recheadas de coices, bobagens e irisadas de idiota, território no qual se sente à vontade, o Bolsonaro que faz o “papel” de chefe de Estado está, nitidamente, duro e mecânico ao ler o que lhe prepararam e que, está claro, não corresponde a seu modo de pensar.
Mas há, para além disso, algo mais significativo.
Pela primeira vez desde o tempo do início da campanha que o levou ao Planalto, Jair Bolsonaro sai da ofensiva para a defensiva.
Baixa a crista, pede ajuda, não sugere que vai resolver tudo no “peitaço”.
(e não vai mesmo, porque uma autorização para as Forças Armadas agirem de 24 de agosto a 24 de setembro mostra o grau de marquetismo da medida: é outubro o mês mais seco na Amazônia)
Bolsonaro , por falso, é inconvincente.
Agita os seus incondicionais, mas já não arrasta a classe média, como ilustram os panelaços – ainda que tímidos – que o G1 registra em várias capitais brasileiras.
O ex-capitão mostrou que está perdendo esta batalha e tenta recuar.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)