JUSTIÇA NEGA EXTRADIÇÃO DE FAMÍLIA PALESTINA IMPEDIDA PELA POLÍCIA FEDERAL DE ENTRAR NO PAÍS

Crédito: Reprodução/ X/ Fepal

Ativistas afirmam que professor universitário foi perseguido pelo Mossad, o que demonstra a interferência estrangeira no Brasil

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O palestino Muslim M. A. Abuumar Rajaa e sua família foram impedidos, no último sábado (22) pela Polícia Federal de entrar no Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos. Ativista da causa palestina, Rajaa é perseguido pelo Mossad (Instituto de Inteligência e Operações Especiais de Israel), foi abordado ainda na porta do avião e levado para interrogatório. 

De acordo com a Federação Árabe Palestina do Brasil, Muslim é professor universitário e tem um irmão no Brasil. Ele é também diretor do Centro de Pesquisa e Diálogo da Ásia e ativista da causa palestina. 

Durante o interrogatório, o imigrante teve de responder questões como quais seriam as suas predileções políticas, se ele apoia a resistência palestina à ocupação da faixa de Gaza pelo Estado de Israel e o motivo da viagem ao Brasil. 

“Não houve voz de prisão – o que seria um descalabro, mas diante de arrebatadora entrevista – ou acusação de atos delitivos relacionados à soberania brasileira. Mesmo assim, foi informado a M. que ele não adentraria ao Brasil e que seus familiares – esposa grávida, sogra e filho -, por parentesco com o impetrante, também seriam impedidos de ficar em nosso país”, comentou a advogada Tânia Mandarino, no X. 

A PF não entregou ou apresentou qualquer prova de que Rajaa e sua família estariam infringindo alguma normativa nacional. No entanto, o plano da corporação era extraditá-los ainda no sábado de volta para a Malásia.

Um mandado de segurança foi impetrado pelo advogado Bruno Henrique de Moura e a Justiça determinou a suspensão da expatriação.

“A revogação da expatriação é uma vitória do Estado de Direito contra a flagrante e obscena perseguição política, além da interferência de agentes estrangeiros no Brasil, que serão investigadas”, informou a Fepal nas redes sociais.

Não estamos no poder

Para Tânia Mandarino, a perseguição política da PF à família palestina prova que “estamos no governo, mas não estamos no poder”. Em 2020, ela cuidou de um caso semelhante. Na época, uma funcionária do governo venezuelano também foi impedida de entrar no país. 

A justificativa era que um decreto do governo Bolsonaro fechou o país por conta da pandemia. “Depois de muita luta, conseguimos uma autorização para a jovem sair somente para ir a SP fazer um teste de covid que, se desse negativo, ensejaria a ordem para ela entrar e sair do país, por Roraima, o que de fato aconteceu, já que a desculpa era a Covid.”

CAMILA BEZERRA ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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