TRUMP RETROCEDE 200 ANOS AO CHAMAR AMÉRICA LATINA DE “QUINTAL”

CHARGE DE AROEIRA ” BLOG BRASIL 247″

Discurso do governo Trump é de 1823, da Doutrina Monroe. China elogia países: “cooperação que promove desenvolvimento”

O governo de Donald Trump retrocedeu mais de 200 anos ao chamar a América Latina de seu “quintal”. Em declaração à Fox News, o secretário de Defesa de Trump, Pete Hegseth, disse que o líder norte-americano está “pegando o seu quintal de volta”, ao se referir aos países ao sul do continente.

O conceito é de 1823, dois séculos atrás, quando a Doutrina Monroe foi criada nos Estados Unidos, em uma missão de expandir os territórios, tomando os países do Caribe.

“O governo Obama tirou os olhos do alvo e permitiu que a China se infiltrasse em toda a América do Sul e Central com sua influência econômica e cultural. O presidente Trump disse: ‘Isso não vai mais acontecer, estamos retomando o nosso quintal’.”

Em editorial que analisa a repetição do retrocesso pelo governo Trump, o jornal chinês Global Times afirmou que os EUA “desacreditam” da autonomia dos países da América Latina e tentam forçar as nações a “tomarem partido”: apoiando ou a China ou os Estados Unidos, em uma “farsa da ‘Doutrina Monroe’”.

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Segundo o diretor do Centro de Direito da Região da América Latina e Caribe da Universidade Chinesa de Ciência Política e Direito, Pan Deng, em entrevista ao periódico chinês, é mentira que a presença militar da China na América Latina é “grande demais”.

“São os EUA que mantêm uma presença militar substancial, operando atualmente cerca de 76 bases militares na região”, informou.

Por outro lado, o país elogia a parceria e cooperação que tem com os países latino-americanos: “a cooperação vantajosa para ambas as partes é a palavra-chave nas relações China-América Latina”.

“Nos últimos anos, a cooperação econômica e comercial entre a China e a América Latina se aprofundou e produziu resultados concretos. Do Porto de Chancay, no Peru, ao Projeto Fotovoltaico Mauriti, no Brasil, e dos produtos agrícolas latinoamericanos aos eletrodomésticos e automóveis de fabricação chinesa, o caminho para uma cooperação vantajosa para ambas as partes está se ampliando.”

Contrapondo-se ao discurso do Secretário de Defesa dos EUA, “a China acolhe com satisfação a cooperação que genuinamente promova o desenvolvimento”, expressou a publicação.

E concluiu:

“Se os EUA continuarem a abordar os assuntos latino-americanos do ponto de vista e dos princípios da Doutrina Monroe — difamando a cooperação legítima da China enquanto interferem nas escolhas independentes das nações latino-americanas e tentam controlá-las, apegando-se a sonhos coloniais ultrapassados ​​para dificultar a cooperação vantajosa para todos — isso só irá corroer ainda mais sua própria influência na região.”

PATRICIA FAERMANN ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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