OS DETATALHES DA CADEIRADA DE DATENA EM MARÇAL, DURANTE DEBATE NA TV CULTURA

CHARGE DE NAHUN

Datena disse que “perdeu a cabeça” com as provocações de Marçal, que passou a madrugada em observação no hospital

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O influenciador e candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), passou a madrugada desta segunda-feira (16) no Hospital Sírio Libanês em observação, após ser agredido pelo adversário José Luiz Datena (PSDB) durante debate eleitoral promovido pela TV Cultura.

Nas redes sociais, Marçal disse que sofreu uma pancada na mão direita e fraturou o “sexto arco costal”. Segundo sua assessoria, ele foi medicado e passou por exames, incluindo uma tomografia. PUBLICIDADE

O hospital, no entanto, ainda não divulgou nenhum boletim médico com detalhes sobre o quadro de saúde do candidato, que tenta capitalizar com o episódio. Marçal, que saiu de ambulância do debate, publicou uma foto nas redes sociais insinuando que situação é grave. Na imagem, porém, o influenciador aparece com uma pulseira verde que é dada na triagem do hospital. A cor do acessório é reservada para casos não urgentes, informou o colunista Igor Gadelha, do site Metrópoles. 

Logo após a confusão no debate, um advogado de Marçal também registrou um boletim de ocorrência contra Datena, no 78º Distrito Policial, delegacia localizada na Avenida Paulista.

A equipe de campanha do candidato também disse que vai exigir a presença de seguranças dentro dos estúdios dos próximos enfrentamentos. 

Entenda a confusão

O clima de tensão entre os adversários surgiu logo no início do debate, quando Marçal provocou Datena ao relembrar acusações de assédio sexual contra o apresentador.

O caso refere-se a uma denúncia feita em 2019 por uma ex-repórter da TV Bandeirantes, Bruna Drews. Porém, no mesmo ano, a mulher registrou uma retratação em cartório e o caso foi arquivado. Segundo ela, sua decisão foi tomada após orientação dos advogados de Datena.

A acusação que você fez sobre mim, eu já disse, repito, não foi investigada porque não havia provas. Foi arquivada pelo Ministério Público“, disse Datena a Marçal, que passou a afirmar que a mulher desistiu da denúncia supostamente porque teve seu silêncio comprado.

As provocações não pararam por aí. Em dado momento, Marçal perguntou a Datena quando ele pararia com a “palhaçada” e desistiria da candidatura. “Você atravessou o debate esses dias para me dar um tapa, você não é homem nem para fazer isso“, disse Marçal.

Após isso, Datena chegou as vias de fato e agrediu Marçal com uma cadeira. O mediador Leão Serva interrompeu a transmissão chamando os comerciais e, nos bastidores, o apresentador da Band foi expulso do programa. Marçal, por sua vez, retornou ao púlpito aparentemente bem, dizendo que queria continuar no debate, mas logo depois deixou os estúdios para receber tratamento médico.

Os demais candidatos, Guilherme Boulos (Psol), Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo), decidiram prosseguir com o debate.

Declarações após o caso

Na saída do debate, Datena afirmou aos jornalistas que “perdeu a cabeça” ao se lembrar da morte da sogra por três AVCs, depois que ela soube da denúncia de suposto assédio sexual contra ele. “Podia simplesmente ter saído do debate e ido embora para casa, que era muito melhor. Mas do mesmo jeito que eu choro, como uma reação humana, essa foi uma reação humana que eu não pude conter“, disse.

Os demais candidatos lamentaram o ocorrido, mas reiteraram que Marçal provocou Datena. Boulos declarou que “nada justifica a violência”, mas contextualizou o caso. “É preciso dizer, justiça seja feita, que o Pablo Marçal provocou o Datena, ofendeu ele fora dos microfones durante vários momentos do debate”.

Já Ricardo Nunes disse que a situação foi “uma perda para a nossa democracia“. “Datena perdeu a cabeça, mas foi provocado e defendeu a memória de sua sogra”, disse Nunes. “Fez da forma errada, mas também não é correto essas ofensas“, acrescentou.

De modo geral, as principais campanhas na disputa pela Prefeitura de São Paulo passaram a defender um “pacto formal pela civilidade no restante da corrida“, informou a jornalista Daniela Lima, no G1.

Repercussão nas redes

Para além disso, repercute na internet as dúvidas sobre qual será o impacto do uso político que Marçal tentará fazer da cadeirada, tentando converter a narrativa em seu favor.

Analista de redes sociais da Conatus, Pedro Barciela vem monitorando o debate na internet e os resultados preliminares indicam que, pelo menos nas plataformas digitais, Marçal não colhe bons frutos.

ANA GABRIELA SALES ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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