NELSON MOTTA FOI ESQUECIDO PELAS BETS

Dois artigos de Nelson Motta sobre jogos: um como bonificação de publicidade de jogos e, o outro, quando se livrou do vício em jogo

Cassino de Sanremo fica em Milão, na Itália — Foto: Divulgação

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Em 30 de outubro de 2020, quando li o artigo “O Jogo da Vida”, assinado por Nelson Motta, imediatamente me ocorreu que havia mais coisas no ar do que avião de carreira. De fato, quando a Lei Pelé liberou cassinos e bingos, décadas atrás, a máfia da loteria contratou um grande advogado penalista que foi até a Itália para, de lá, dar uma entrevista sobre as virtudes do jogo.

No dia seguinte, publicidade de Bets já estavam na home do jornal, mostrando que o artigo de Motta era a chamada bonificação.PUBLICIDADE

Agora, ele publica outro artigo, “O Jogo Sujo”, onde, na condição de ex-viciado em jogos, sabia perfeitamente dos seus malefícios.

Vou comparar ambos os artigos e deixar por conta de vocês as suposições sobre sua motivação:

Nelson Motta 1

Em Las Vegas, capital mundial do jogo, os cassinos são os mais fiscalizados do mundo, primeiro por eles mesmos, para não ser roubados pela Receita Federal, atrás de impostos, ou pelo FBI rastreando lavagens de dinheiro. É assim em todos os cassinos americanos, até em territórios indígenas, onde enriqueceram tribos paupérrimas. Só um completo idiota tentaria usar um cassino americano para tentar lavar dinheiro. É o mais tolo dos argumentos contra a liberação do jogo no Brasil. Desde que a fiscalização seja rigorosa como a americana.

Nelson Motta 2

Todo mundo sabe que só quem ganha sempre em jogo é a banca, na maioria das vezes o próprio Estado, mas insistem na busca insana de ser a exceção. Alguns, quando acertam, acabam falindo, como no famoso caso do “Dudu da Loteca”, e houve outros que ganharam grandes prêmios e se tornaram alvo de sequestros e mortes. Uma criança em Brasília se tornou famosa quando ganhou sozinha um grande prêmio de Loteria Federal, mas quando cresceu, sem estudar nem trabalhar, se tornou um playboy passador de rodo e … traficante de drogas, que já puxou duas temporadas na cadeia. 

Nelson Motta 1 

Os motivos religiosos são bizarros num país onde se joga no bicho, em cavalos, em caça-níqueis viciados, em raspadinhas, nas loterias federais, estaduais e municipais, em cassinos clandestinos que roubam os jogadores. Por que cassinos seguros, fiscalizados com rigor, que criariam milhares de empregos e pagariam bilhões em impostos, seriam mais pecaminosos?

Nelson Motta 2

Está provado: nem o álcool, nem o tabaco, nem a maconha, o maior vício dos brasileiros é o jogo. Antes era o jogo do bicho, depois vieram a febre da Loteria Esportiva, o boom da Bolsa de Valores, que se tornou um cassino nos anos 1970, o sonho óbvio da Mega Sena, e agora na apoteose final os sites de apostas on-line que movimentam R$ 100 bilhões por ano. 

Nelson Motta 1

Jogadores compulsivos, que jogam tudo da família e perdem, não precisam de cassinos para sua sina, mas de tratamento. Ao menos nos cassinos o dinheiro deles vira impostos e empregos. Irresponsáveis que apostam o que não têm também não precisam de cassinos. Jogam pôquer. Mercado futuro. Juros. Dólar. Joga-se on-line em qualquer cassino virtual. Aposta-se em qualquer esporte do mundo.

Nelson Motta 2

O propósito não era quebrar a banca, mas me divertir o maior tempo possível, e, quem sabe, ganhar um troco para reforçar o orçamento da viagem. Nunca aconteceu, nunca acontece quando você precisa. Sorte também não haver cassinos no Brasil, pois não poderia responder pelos meus possíveis atos rsrs.

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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