O DÓLAR DISPARA DEPOIS DO DISPARO CONTRA TRUMP

A leitura geral dos mercados financeiros em todo o mundo de que os disparos que atingiram a orelha do ex-presidente Donald Trump em seu comício de sábado na Pensilvânia, fortalecerem ainda mais a sua candidatura contra o presidente Joe Biden, levaram a uma alta generalizada do dólar contra as principais moedas. O dólar subiu 1,39% contra o peso mexicano, mas o real, depois de ter perdido mais de 0,65% no começo da manhã, recuperava-se, e, pouco antes do meio-dia reduzia a queda a 0,43%, com o dólar cotado a R$ 5,4292 para venda.

Na pesquisa Focus, encerrada sexta-feira pelo Banco Central junto a uma centena e meia de instituições financeiras, consultorias e institutos de pesquisa, o mercado apontava taxa de R$ 5,41 para o fechamento de julho e de R$ 5,32 para o fechamento de agosto. E, numa prova de que a expectativa de que o Federal Reserve Bank vai baixar os juros nos Estados Unidos em setembro, as projeções para dezembro de 2024 apontam para a mediana de R$ 5,22 (R$ 5,25 nas respostas dos últimos cinco dias úteis). Para 2025 a previsão é de R$ 5,20.

Gasolina não tira IPCA do teto da meta

Outra visão importante do mercado foi que, apesar do reajuste da gasolina na semana passada, junto com o GLP, elevar a projeção do IPCA de julho de 0,14% (há 30 dias) para 0,23% e 0,31% nas respostas dos últimos cinco dias, e a taxa de agosto ser elevada de 0,10% para 0,11% e 0,14% (últimos cinco dias), a previsão para o IPCA de 2024 caiu de 4,02% na semana anterior para 2,05 (mas as respostas dos últimos cinco dias elevaram a taxa a 4,04%). De qualquer forma, dentro do teto da meta (3,00% de IPCA+ tolerância de 1,50%=4,50%).

Para 2025, a previsão subiu de 3,88% para 3,90%, mas recuou a 3,88% nas projeções dos últimos cinco dias úteis.

O mercado manteve a previsão da Selic em 10,50% este ano e em 9,50% em 2025 (ano em que a Bradesco e Itaú projetam taxa em 10,50% até dezembro).

A Pesquisa Focus mostrou ainda pequenos ajustes – para cima – no PIB de 2024: de 2,20% para 2,11% (e 2,12% nas respostas dos últimos cinco dias). Para 2025, ao contrário, as apostas são descendentes: de 1,97% para 1,89%.

IBC-Br cresceu 0,25% em maio

E o Banco Central avaliou como forte o crescimento na economia em maio, pela métrica do IBC-Br, que procura antecipar o PIB. Depois de crescer 0,26% em abril, nas contas revisadas (antes a taxa tinha sido positiva em apenas 0,01%), o IBC-Br avançou 0,25% em maio e 0,53%, com ajuste sazonal, no trimestre março-abril e maio.

GILBERTO DE MENEZES CÔRTES ” JORNAL DO BRASIL” ( BRASIL)

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