Os Estados Unidos tiveram pelo menos 16 atentados diretos contra presidentes, presidentes eleitos e candidatos a presidente desde 1835.
Isso é o que mostra um relatório de 2008 do Serviço de Pesquisa do Congresso americano.
Segundo o documento, antes do atentado contra Trump do último sábado (13), ataques diretos contra presidentes, presidentes eleitos e candidatos a presidente ocorreram em outras 15 ocasiões distintas, resultando em cinco mortes (quatro presidentes e um candidato).
Trump ficou ferido na orelha, no último sábado (13), por um dos vários disparos que se ouviram durante um comício republicano, em um incidente que os investigadores estão tratando como uma possível tentativa de assassinato do ex-presidente.
O FBI, porém, afirmou que a motivação do atentado contra o ex-presidente ainda é desconhecida.
Veja a lista abaixo de todos os 16 atentados.
Atendados que resultaram em mortes:
1) Abraham Lincoln (republicano, presidente em exercício)
14 de abril de 1865, em Washington: Lincoln morreu no dia seguinte que foi baleado. Ele foi o 16º presidente dos Estados Unidos, vencedor da Guerra de Secessão, emancipador dos negros e o primeiro presidente assassinado da história americana.
O presidente assistia a uma peça no teatro Ford, quando John Wilkes Booth disparou contra a cabeça de Lincoln. Booth, que defendia a escravidão, alegou que se vingava por sua derrota e foi morto antes de ser capturado.
2) James Garfield (republicano, presidente em exercício)
2 de setembro de 1881, em Washington: Jaime Garfield foi baleado em um ataque na Estação Ferroviária de Baltimore e Potomac, e morreu devido a complicações dos ferimentos meses depois. O escritor e advogado Charles Guiteau se declarou apoiador da facção da oposição no Partido Republicano e foi condenado pelo crime e sentenciado à morte.
3) William McKinley (republicano, presidente em exercício)
6 de setembro de 1901, em Buffalo, NY: McKinley foi morto após ser baleado por Leon F. Czolgosz na Exposição Pan-Americana, uma feira internacional. Czolgosz alegou “ideologia anarquista e antagonismo de classe” e foi condenado à morte. Com a morte de William McKinley, o vice-presidente Roosevelt assumiu a Casa Branca.
O assassinato de Assassinato de William McKinley. — Foto: The San Francisco Call
4) John F. Kennedy (democrata, presidente em exercício)
22 de novembro de 1963, em Dalas, Texas: John F. Kennedy andava em sua carreata com sua esposa Jackie, quando foi assassinado. O atirador Lee Harvey Oswald, ex-fuzileiro naval que havia vivido na União Soviética, foi morto antes do julgamento e o motivo do ataque é desconhecido.
A Comissão Warren, que investigou o assassinato, concluiu em 1964 que Lee Harvey Oswald agiu sozinho. Muitos americanos acreditam que a morte de JFK iniciou um período mais violento na política e na sociedade americana, com a escalada da Guerra do Vietnã e a luta pelos direitos civis como pano de fundo
5) Robert F. Kennedy (democrata, candidato a presidente)
5 de junho de 1968, em Los Angeles, Califórnia: após seu discurso na vitória nas primárias democratas da Califórnia, o senador Robert F. Kennedy foi baleado por Sirhan Sirhan na cozinha do Hotel Ambassador. Apesar das evidências de doença psiquiátrica, Sirhan foi condenado à morte, mas mudanças na legislação da Califórnia converteram sua pena para prisão perpétua.
Kennedy e Jackie chegam a Love Field no dia do assassinato do president em Dallas. Jackie ainda vestia o terninho rosa quando Kennedy foi baleado — Foto: Cecil Stoughton/The White House/John F. Kennedy Presidential Library/Reuters
Outros atentados que não resultaram em morte
1) Andrew Jackson (democrata, presidente eleito)
30 de janeiro 1835, em Washington: O ataque ocorreu na saíde de um funeral, mas a pistola falhou e o atirador, Richard Lawrence, foi declarado louco. Ele alegou que Jackson o estava impedindo de obter grandes somas de dinheiro e estava arruinando o país.
2) Theodore Roosevelt (progressista, candidato)
Em 14 de outubro de 1912, em Milwaukee, Wisconsin: Assim como Trump, Teddy Roosevelt estava concorrendo à Casa Branca como ex-presidente quando foi feriado após ser baleado.
3) Franklin D. Roosevelt (democrata, presidente eleito)
15 de fevereiro de 1933, em Miami, Florida: os disparos não acertaram o presidente eleito, mas feriram fatalmente o prefeito de Chicago, Anton Cermak, que estava por perto. O atirador Giuseppe Zangara foi condenado pelo assassinato de Cermak e alegou que odiava governantes e capitalistas.
4) Harry S. Truman (democrata, presidente em exercício)
Em 11 de janeiro de 1950, em Washington, tiros foram disparados contra a Blair House (hoje uma residência de hóspedes do governo), que estava dentro e ileso. Mas um policial da Casa Branca foi morto e outros dois feridos.
Oscar Collazo foi condenado pelo assassinato do policial e tentativa de assassinato do presidente e dos dois policiais feridos.
5) George C. Wallace (democrata, candidato)
Em 15 de maio de 1972, em Laurel, Maryland, o candidato e governador do Alabama foi ferido junto com outros três. O atirador Arthur Bremer e condenado e preso em Maryland. O motivo não foi claramente estabelecido. Ele foi libertado da prisão em 9 de novembro de 2007, para permanecer sob supervisão até 2025.
6) Gerald R. Ford (republicano, presidente em exercício)
Em 5 de setembro de 1975, em Sacramento, California, a pistola falhou no atentado. Lynette Alice Fromme, membro da extremista “família Manson”, foi condenada e presa.
7) Gerald R. Ford (republicano, presidente em exercício)
Em 22 de setembro de 1975, em São Francisco, Califórnia, a atiradora Sara Jane Moore errou o alvo. Ela foi condenada e alegou objetivo de provocar “a reviravolta da mudança necessária” e ideologia revolucionária.
8) Ronald W. Reagan (republicano, presidente em exercício)
Em 30 de março de 1981, em Washington, a vítima ficou feriada após tiro de pistola. O atirador John W. Hinkley, Jr. foi considerado inocente por motivo de insanidade e internado em uma instituição mental.
9) Bill Clinton (democrata, presidente em exercício)
Em 29 de outubro de 1994, em Washington, um rifle semiautomático foi disparado contra a Casa Branca. O atirador Francisco M. Duran foi condenado por tentativa de homicídio em 4 de abril de 1995 e preso.
10) George W. Bush (republicano, presidente em exercício)
Em 10 de maio de 2005, em Tbilisi, na Georgia, uma granada que não explodiu foi lançada contra o presidente Bush e o presidente da República da Geórgia em uma reunião pública. O agressor foi condenado por tentativa de homicídio e por matar um policial quando o agressor foi preso posteriormente. O motivo do ataque é desconhecido.
11) Donald Trump (republicano, candidato)
O ex-presidente Donald Trump, candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos, foi alvo de um atentado neste sábado (13) na cidade de Butler, estado da Pensilvânia, onde fazia um comício. O FBI investiga o caso como tentativa de assassinato.
O atirador, identificado pelo FBI como Thomas Matthew Crook, de 20 anos, foi morto. Ele estava posicionado sobre um telhado a 120 metros de distância do palco do comício. Com ele, o Serviço Secreto encontrou um fuzil AR-15. Vídeos mostram snipers atirando na direção do atirador assim que os primeiros disparos foram ouvidos.
VÍDEO: The New York Times: foto mostra Trump durante atentado
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REPORTAGEM DO PORTAL G1 ( BRASIL)