CHARGE DE LATUFF
Extrema direita ganhou ao menos 135 assentos no Parlamento Europeu, que precisará desse grupo para negociar pautas importantes. Entenda
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A maior guinada à extrema direita da história do Parlamento Europeu balançou o cenário internacional nestas últimas 24 horas.
Até o momento, a extrema direita, representada por diversos partidos políticos e movimentos de ultraconservadores, principalmente da Alemanha, Holanda, Áustria, Itália e França, conquistaram 135 cadeiras, pelo menos.
A vitória massiva foi da centro-direita, que garantiu de 189 a 191 assentos para o Partido Popular Europeu (PPE), o mesmo da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
Von der Leyen não enxergou o avanço da extrema direita como ameaça e comemorou: “continua a ter uma maioria no centro para uma Europa forte. Isso é fundamental para a estabilidade. Em outras palavras, o centro se mantém.”
Já a esquerda, que inclui Socialistas e Democratas, obteve outros cerca de 135 assentos. Na prática, ainda a centro, centro-direita e esquerda serão maioria. Mas a forte presença inédita deste grupo de extremistas abalará os resultados das decisões e até mesmo a tentativa de consensos.
Este grupo poderá definir mudanças em pautas atuais importantes do Parlamento Europeu, como a imigração e a segurança.
Na Alemanha, foi o partido de origem neonazista AfD (Alternativa para a Alemanha) que obteve o segundo lugar de cadeiras do Parlamento, à frente do Partido Social Democrata do chanceler Olaf Scholz.
O partido da ultraconservadora Giorgia Meloni na Itália, Fratelli D’Italia, também ganhou as eleições.
Na França, o partido da extremista Marine Le Pen, do União Nacional, teve duas vezes mais votos que o partido do presidente Emmanuel Macron.
Os primeiros resultados parciais das eleições levaram o presidente da França, Macron, a dissolver a Assembleia Nacional e convocar novas eleições legislativas, e o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, renunciou.
A presidente da Comissão disse que lutará para impedir o avanço das pautas da ultradireita: “Ganhamos as eleições europeias. Somos o partido mais forte, somos a âncora da estabilidade. Juntamente com outros, construiremos um bastião contra os extremos da esquerda e da direita. Nós os deteremos”. Ursula von der Leyen busca a reeleição em novo mandato de 5 anos.
PATRICIA FAERMANN ” JORNAL GGN” ( BRASIL)
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.