Hoje, vamos de Cochicho no Silencio Vira Barulho, Irma, o álbum duplo de Verônica Ferriani que tem 18 faixas + duas de bônus e cujo título subdivide-se em dois: Cochicho no Silencio (com oito faixas) e Vira Barulho, Irma (com dez). Com exceção de três músicas, Veronica Ferriani assina todas as composições.
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Um esmerado trabalho musical, em tom quase confessional, que explicita sua trajetória de compositora e cantora. Ela divide o feito com trinta musicistas que, assim como ela, fazem da música propósito de vida. Dentre elas estão as cantoras Aurea Martins, Alessandra Leao, Anais Sylla, Flávia Maia, Mairah Rocha, Assucena, Monica Salmaso, Flaira Ferro, Lurdez da Luz e Giana Viscardi.
“Cochicho no Silêncio Vira Barulho”, Irmã”* (Verônica Ferriani): um vozerio antecede a entrada de Verônica recitando a letra como num rap. Eis que vem Áurea Martins, e as duas cantam em terças, tendo Samara Líbano no violao 7 cordas e Victória dos Santos no chocalho, cuíca, prato e faca, tamborim, conga, tantam e repique de anel.
Relembrando o sonho que Alessandra Leão teve quando Verônica estava grávida, mas sem saber que ela havia perdido o bebê havia poucas semanas, e com a voz pungente, acompanhada apenas pelo som do ylus de Alessandra, Verônica canta “Nao Me Contento” (VF)**: “Hoje eu sonhei/ Que me banhava na cachoeira cavalaria/ Rios inteiros me conduziam onda em ressaca/ Cavalo arredio/ Era aguaceiro de mar e de rio (…)”. Logo Verônica e Alessandra cantam em duo. Um intermezzo do teclado vem apoiado pelo bombo e reco-reco de Victoria dos Santos e o caxixi de Alessandra.
Do segundo álbum selecionei “Blue Moon”*** (VF). (Vocês não imaginam como é difícil escolher uma em detrimento de outras merecedoras de linhas e mais linhas que alinhavem tão imensurável beleza. Mas vamos lá.) “Blue Moon” é um desabafo sobre a sensualidade que pode parecer perdida após a maternidade e o dia a dia da mulher que batalha dezoito horas por dia, cuidando da casa, das crias e trabalhando. Verônica, além de ótima compositora, é uma excelente cantora, e não faz por menos.
Acompanhada por Alana Ananias (bateria), Aline Falcão (teclado), Suelem Sampaio (harpa sinfônica) e Vanessa Ferreira (baixo acustico), ela brilha: “Me sorriu dizendo/ Que eu rio meio azul/ Que eu ando meio mar/ Que andei me deixando levar um verde meio blue/ Num raio tropical/ Brilhou desde que te vi (…)”.
Amparada por um trabalho dinâmico, Verônica Ferriani se destaca por suas escolhas acertadas que a qualificam como uma artista que merece ter reconhecido o seu trabalho pelo grande público que ama música. Salve ela!
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Ficha técnica:
Veronica Ferriani: producao executiva e producao musical;
Vivian Kukzinsky: pos-producao musical e mixagem;
Florencia Saraiva Akamine: masterizacao.
AQUILES REIS ” JORNAL DO BRASIL” ( BRASIL)