O que se visou foi janeiro de 2025. Galípolo será empossado sob um coro dos principais porta-vozes do mercado, com o pessimismo combinado.
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As declarações de Armínio Fraga sobre a situação fiscal, os editoriais dos jornalões, a manipulação de players para elevar a projeção de inflação para 8% a partir de 2026 – ação de cartel investigada pelo Ministério Público de Contas – tudo isso mostra um quadro ambíguo.
A deflagração dessa ofensiva de pessimismo foi de Roberto Campos Neto, em seminários nos Estados Unidos. De um lado, provocou enorme reação negativa entre operadores do mercado, que perceberam claramente a manipulação de Campos.
Mas houve um silêncio sepulcral, devido ao fato óbvio de que foi uma ação articulada pelas principais lideranças do mercado, visando enquadrar o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
A lógica é simples. Não havia nenhum sinal de reversão do quadro econômico no horizonte próximo. Campos Neto se valeu de um momento de indecisão do FED (o Banco Central norte-americano), que logo se diluiu nos dias seguintes. Em momentos de transição, todos os manuais de BC indicam a necessidade de uma postura cautelosa. Ao se precipitar, Campos Neto uniu seu grupo de diretores do BC em torno da bandeira de redução do ritmo da queda da Selic. Na outra ponta, ficaram os 4 diretores indicados por Lula.
O que se visou foi janeiro de 2025. Galípolo será empossado sob um coro dos principais porta-vozes do mercado, com o pessimismo combinado. A intenção é obrigá-lo a ser muito mais severo do que o inicialmente previsto, para amenizar o coro.
É um crime contra o país. Hoje foi divulgado o PIB do primeiro trimestre de 2024, com alta de 0,8%, depois de dois trimestres estagnado. Os fatores que mais influenciaram foi a alta de 1,5% no Consumo das Famílias, influenciado pelo aumento do emprego, pelas políticas sociais, e por uma redução tímida dos juros. Houve também uma alta de 4,1% na Formação Bruta de Capital Fixo. Mas ainda houve queda de 2,7% nos investimentos.
2024 será um ano gradual. A única bandeira do governo Lula, tem sido a perspectiva de recuperação da economia. Com o Congresso dissipando o orçamento em emendas parlamentares, o BC impedindo a expansão do mercado de crédito, e o terrorismo fiscal se espalhando por todos os poros do mercado e da mídia, a postura de Campos Neto é profundamente conspiratória.
É importante que o Ministério Público de Contas aprofunde suas investigações. Será uma maneira do país institucional romper com a chantagem de um cartel que, com atuação similar na Europa, gerou multas bilionárias a seus operadores.
No caso do líder maior desse movimento – Campos Neto – fosse aqui um país civilizado, estaria submetido a um inquérito criminal.
LUIS NASSIF ” jORNAL GGN ” ( BRASIL)