NO SUL, DESABRIGADOS VIRAM DESEMPREGADOS

CHARGE DE JOTA CAMELO

Entre os demitidos algo em torno de 250 estavam desabrigados, após terem suas casas inundadas

A tragédia que atingiu os gaúchos e gerou a solidariedade de milhões de pessoas, inclusive de outros países, não impediu que duas empresas do Polo Petroquímico de Triunfo (RS) – PSV-Serviços e Soluções Automatizada Ltda. e Predial Axel Manutenção Industrial Ltda. (GPS/In Haus) – dispensassem cerca de 300 trabalhadores dos 2.500 trabalhadores terceirizados, que cuidam da manutenção do polo. Entre os demitidos algo em torno de 250 estavam desabrigados, após terem suas casas inundadas.

O Sindiconstrupolo também apresentou queixa junto ao Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS), como admitiu na sexta-feira (24/05) ao Brasil Agora, da TV 247o procurador Luiz Alessandro Machado, presidente do Grupo de Trabalho Regional “Desastre Climático – Maio de 2024”, criado pelo MPT-RS para acompanhar as consequências da tragédia climática no mercado de trabalho. A denúncia feita está com os procuradores do trabalho da unidade de Santa Cruz do Sul. Segundo a assessoria do órgão, as empresas serão notificadas.

No ofício que Arnt, do Sindipolo, e Selistre, do Sindiconstrupolo, encaminharam à STE-RS eles alegam sequer conseguirem contabilizar o exato número de demissões por negligência de informações dos departamentos de Recursos Humanos e das diretorias das duas empresas.

Operadoras extrapolam na jornada – Também na sexta-feira (24/05), Arnt e Selistre estiveram no Boa Note da TV 247 quando denunciaram esses desmandos e arbitrariedades e a total falta de diálogo com as duas empresas. Desde a segunda-feira (27/05) o Blog busca contato com a PSV-Serviços e a Predial Axel, mas não teve sucesso. Até a edição dessa reportagem não houve nenhuma manifestação das mesmas.

No ofício encaminhado à STE-RS, os presidentes dos sindicatos acusaram ainda as operadoras do polo petroquímico – Braskem, Innova, Arlanxeo e Oxiteno – de conivência com as práticas das terceirizadas.

Denunciaram ainda que as operadoras extrapolam a jornada dos seus trabalhadores. Durante alguns dias o pólo esteve paralisado por conta da dificuldade de acesso. Ao retornarem, os trabalhadores passaram a gastar cerca de 2h30 no trajeto da residência ao pólo e vice-versa. Ainda assim as operadoras modificaram a jornada de trabalho de todos esticando-a para 12 horas de serviço, o que obriga os empregados a dispensarem 17 horas das 24 horas do dia ao trabalho.

MARCELO AULER ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)

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