” LULA PRECISA DE SUSTENTAÇÃO PARA FAZER REVOLUÇÕES SOCIAIS”, DIZ JOSÉ DIRCEU

Crédito: marcelo Camargo/ Agência Brasil

Em superlive da TVGGN, Dirceu relembrou as perseguições políticas que sofreu nas últimas duas décadas e analisou o atual panorama do Brasil

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Na última quarta-feira (13), o ex-ministro José Dirceu comemorou os 78 anos em uma festa em Brasília, na qual reuniu o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), pelo menos dez ministros do governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além de amigos petistas – evento definido pela grande mídia como a volta de Dirceu à política. 

Dirceu foi, nas palavras de Luís Nassif, o alvo da maior mentira que o jornalista viu ao longo da carreira, tendo em vista a acusação de um suposto desvio de R$ 75 milhões da Visanet no processo do Mensalão, a partir da denúncia do ex-deputado federal bolsonarista Roberto Jefferson (PTB), 20 anos atrás. 

Durante a superlive de 10 anos da Operação Lava Jato, promovida pela TVGGN no último domingo (18), Dirceu relembrou as perseguições políticas que sofreu nas últimas duas décadas e que o Mensalão foi um movimento político comprado pela mídia tradicional, que resultou no afastamento da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara e no governo. 

“Os petistas foram submetidos a uma campanha midiática durante meses. O que era o Mensalão? Eram empréstimos bancários feitos por empresas do Marcos Valério repassadas para pagamento de dívidas de campanhas e ponto final”, comenta o entrevistado. “Fui condenado com o ministro do Supremo dizendo que não tinha provas contra mim, que era a literatura jurídica. Outro dizendo que o ônus da prova cabia a mim”, continua.  

A condenação, lembra Dirceu, custou o mandato de deputado federal e, depois de uma vida política de décadas na qual nunca sofrera um inquérito, virou bandido em 24 horas. 

Lava Jato

A perseguição ao petista não acabou com as denúncias. Dirceu foi condenado e cumpriu sete meses e 15 dias de prisão a partir da determinação do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. 

O convidado da super live também foi condenado duas vezes pelo então juiz Sergio Moro na Lava Jato, pelos supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Novamente, Dirceu teve de cumprir um ano e nove meses de pena. 

“Em uma das conversas, o Deltan [Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato], disse que que ia morrer na prisão. ‘Acha um processo para prendê-lo’, diziam. O Supremo dava o habeas corpus, eles me prendiam de novo. Inventaram o processo da Apolo para me prender quando o Supremo foi votar o meu habeas corpus. De manhã cedo, eles fizeram uma denúncia escandalosa contra mim. Foi tão grave que o ministro Gilmar Mendes chamou atenção da 2ª turma, que aquela denúncia de manhã cedo era para constranger e pressionar o Supremo para não me dar habeas corpus”, contou o convidado. 

Além da pena

Dirceu não foi o único injustiçado e penalizado no processo da Lava Jato. Toda a família foi exposta a um clima de terror e ameaças. Filhos e parentes perderam empregos e tiveram de vender carros para garantir o próprio sustento. A esposa vendeu bolsas, calçados e roupas neste período para sustentar a filha mais nova. 

“As pessoas acham que enriquecemos no poder. Se tem uma coisa que me orgulho é que a imensa maioria de nós é que nós todos continuamos vivendo de salário, de trabalho”, lembra o ex-ministro.

Panorama atual

Sobre o atual momento do país, Dirceu comenta que Lula, desde o primeiro mandato, é a pessoa mais preparada para gerenciar o Brasil, tendo em vista o perfil de viajar pelo país e ouvir todo tipo de pessoa. 

Assim, uma das medidas que o presidente está trabalhando é a política de estoque regulador, a fim de evitar a variação de preços dos itens da cesta básica, especialmente no início do ano.  

“Todos os países têm isso. Agora o Lula chamou grandes grupos empresariais para discutir a alimentação do povo, porque o povo não pode ficar sujeito, a cada começo de ano, a mensalidade sobe, sobe o material escolar, sobe a luz, sobe a água, o gás e ainda sobem os preços de primeira necessidade, a cesta básica? O Brasil é forte demais para passar por isso”, observou um dos fundadores do PT.

Para combater o “escândalo da pobreza no Brasil”, resultado da concentração de renda, da estrutura tributária, do sistema financeiro e das altas taxas de juros, o presidente levantou as bandeiras de críticas à taxa de juros e da reforma tributária. Cabe à sociedade, agora, dar a sustentação necessária para que o presidente possa fazê-las. 

“O presidente vai devolver ao país essas três condições. Mas importante mesmo é a revolução social: reforma tributária, a reforma do sistema financeiro bancário e a prioridade para ciência, tecnologia e educação, que é o que vai mudar o Brasil nos próximos 10 anos”, concluiu Dirceu

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