O filho mais novo de Jair Bolsonaro e o ex-instrutor de tiro com histórico criminal teriam falsificado documentos para banco
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O filho mais novo de Jair Bolsonaro, Jair Renan, e seu o instrutor de tiro e ex-empresário, Maciel Alves de Carvalho, foram indiciados pela polícia civil do Distrito Federal, acusados de fraude, estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro para obter empréstimos bancários.
De acordo com os investigadores, Jair Renan conseguiu quase R$ 700 mil de empréstimos de forma ilegal, falsificando documentos de empresas, com a ajuda do ex-empresário. O então empresário, por sua vez, já tinha histórico criminal de falsificação para venda ilegal de armas de fogo (confira abaixo).
A acusação atual foi enviada à Justiça do Distrito Federal e caberá ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) produzir uma denúncia para o caso ser julgado.
Ex-empresário já tinha histórico criminal
O ex-empresário e instrutor de tiro chegou a ser preso no ano passado. Acusado também de falsificação, adquiria armas de fogo de forma ilegal e revendia. Ele falsificava CPFs e obteve registro ilegal de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). Com os documentos falsos, ele vendia as armas na internet.
Ele já estava em liberdade provisória e durante a deflagração dessa Operação em janeiro de 2023, foi preso portando mais armas ilegais. Posteriormente solto, Maciel de Carvalho foi preso novamente em agosto, quando foi deflagrada a primeira fase da atual investigação. Ele estava detido na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e foi solto ontem (15).
Relação da família Bolsonaro com armas
No especial Xadrez da Ultradireita, o GGN traçou a relação da família Bolsonaro, especialmente o filho Eduardo Bolsonaro com instrutores de tiro, a defesa da indústria de armas e a obtenção de registros CACs pela família. Relembre:
Acusação atual
Desta vez, contudo, o instrutor de tiro e o filho mais novo de Bolsonaro, Jair Renan, de 25 anos, foram acusados de formar uma associação criminosa para obter “vantagem econômica indevida”, envolvendo ainda empresas fantasmas.
A investigação teve a sua primeira fase em agosto do ano passado, quando a Polícia do Distrito Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em apartamentos de Jair Renan, de Maciel Alves e de outros acusados.
Jair Renan obteve quase R$ 700 mil ilegais
Segundo os investigadores, Jair Renan teria fraudado documentos para obter empréstimos: teria manipulado o faturamento da empresa RB Eventos e Mídia para obter R$ 157 mil e, em 2023, mais R$ 251 mil e R$ 291 mil.
Ao todo, os empréstimos obtidos de forma ilegal teriam alcançado quase R$ 700 mil.
O Banco Santander chegou a entrar na Justiça, em dezembro do ano passado, para obter o pagamento do empréstimo de R$ 360 mil, que ainda não foi pago pelo grupo.
PATRICIA FAERMANN ” JORNAL GGN” ( BRASIL)
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.