Contribua usando o Google
Companhia tem mais de R$ 3,12 bilhões de resultado, dos quais 75% são reinvestidos em saneamento básico no Estado.
A greve contra a privatização do Metrô, CPTM e Sabesp, realizada em São Paulo nesta terça-feira (28), deve acabar sem acordo com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Enquanto os sindicalistas pedem um plebiscito para votação popular, o governador afirmou que não adianta fazer paralisações, pois não haverá acordos sobre os projetos que ele defendeu ao longo da campanha eleitoral.
Vale ressaltar que, antes da paralisação das linhas públicas de trens e metrôs, o sindicato ofereceu a operação com “catraca livre”, a fim de não impactar a população, mas Tarcísio rejeitou a proposta.
Além da pressão popular, Tarcísio não admite que a Sabesp, na realidade, não precisa da privatização, uma vez que é uma companhia eficiente e lucrativa, como garante José Antonio Faggian, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente.
Sem justificativa
À TVGGN, Faggian rebateu a justificativa usada pelo governador de São Paulo para entregar a Sabesp à iniciativa privada.
Enquanto Tarcísio de Freitas argumenta que a venda da companhia mista, mas com controle estatal, agilizaria a universalização do acesso aos serviços de água e esgoto, o sindicalista garante que a empresa já está em vias de atingir este objetivo antes mesmo do prazo estipulado pela União.
De acordo com o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, os municípios e Estados devem garantir que 98% da população conte com o serviço de abastecimento de água e 90% tem de ter coleta e tratamento de esgoto.
“Mantendo o atual nível de investimento da Sabesp, esta meta será atingida antes do prazo exigido pela lei, em 2029”, garante Faggian.
Referência mundial
Terceira maior empresa de saneamento do mundo, a Sabesp atende 375 municípios do Estado de São Paulo, o que representa 70% dos paulistas e 30 milhões de pessoas.
Dos 375 municípios onde opera, a companhia já garante que 310 contem com o que Faggian chama de 300%: 100% de abastecimento de água, 100% de coleta de esgoto e 100% de esgoto tratado.
A Sabesp é ainda responsável por um terço de todo o investimento em saneamento no País e investiu mais de R$ 5 bilhões na rede nos últimos anos.
Faggian garante ainda que a companhia já fez o planejamento para universalizar os serviços no Estado e que, diante do volume de investimentos que a empresa de economia mista faz, a meta do Novo Marco do Saneamento será atingida sem que seja preciso vendê-la.
Resultados
Mais que eficiente, a Sabesp é também lucrativa. Apenas em 2022, a companhia rendeu R$ 3,12 bilhões, dos quais 25% dos dividendos foram distribuídos aos acionistas, conforme a determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“Os outros 75%, a Sabesp reinveste, o que permite que ela tenha este nível de excelência”, observa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente.
Manter a companhia sob a gestão do poder público ainda permite que a empresa pratique tarifas mais baixas e inclusivas. O preço cobrado pelo abastecimento de água em São Paulo é, em média, 112% menor que o praticado no Rio de Janeiro, cujo serviço foi recentemente privatizado.
“A Sabesp tem ainda as tarifas social e vulnerável. Então, só na cidade de São Paulo, temos 4,6 milhões de ligações de água. Deste número, 11% são as tarifas vulneráveis. 510 mil famílias só no município de São Paulo atendidas pela tarifa vulnerável, que é R$ 15 para que a família tenha água e esgoto. Uma empresa privada jamais manteria um benefício desses”, conclui o entrevistado.
Confira a entrevista na íntegra:
CAMILA BEZERRA ” JORNAL GGN” ( BRASIL)