Contribua usando o Google
Luís Nassif entrevista Osvaldo Marcineiro e Beatriz Abbage, reconhecidos como inocentes no caso Evandro 31 anos após o crime. Confira
O programa TVGGN Justiça, exibido na noite desta sexta-feira (17), no Youtube, foi marcado por um relato emocionante de Osvaldo Marcineiro, reconhecido como inocente no caso Evandro, 31 anos após o crime que chocou o país com a morte de um menino de 6 anos.
“Arrancaram minha dignidade, arrancaram minha liberdade, destruíram minha família. A única coisa que não me arrancaram foi a minha fé. A minha fé sempre me manteve forte. Cada vez que batiam na grade eu achava que tinha chegado a liberdade e eu sabia que uma hora ou outra ia aparecer”, declarou Marcineiro, principal acusado do crime, ao jornalista Luís Nassi
O caso Evandro ganhou projeção por meio do trabalho investigativo do jornalista Ivan Mizanzuk e, recentemente, sofreu uma revisão criminal pelo Tribunal de Justiça do Paraná, e entendeu que os acusados foram torturados para confessar o crime e que derrubou as condenações.
As fitas que gravaram as sessões de tortura foram trazidas à tona pelo jornalista, entrevistado pela TVGGN em 2020 [confira]. “Se analisar bem o enredo da fita, na hora não sabia o que falar e falei ‘eu que matei’ e alguém cochicha ‘não, não foi você’. Eu falei 11 vezes que matei sozinho e 14 vezes alguém falou não foi você. Isso está nas fitas“, explicou Marcineiro.
“O senhor deve conhecer o Artigo 5º [da Constituição Federal]. Eu nunca conheci esse Artigo, que diz que os presos tem direitos, tem que receber um mandado de prisão, tem direito de ficar calado, a fazer um telefonema e comunicar a família. Eu nunca conheci nada. Nós fomos raptados e torturados“, disse. “Falavam para mim que o único direito que tinha era não ter direito a nada. Tudo que a Constituição garante para uma pessoa nós não tivermos“, acrescentou Marcineiro.
À época do crime, Marcineiro era pai de santo, sacerdote de religiões afro-brasileiras, e foi acusado junto com outras pessoas, taxados como os “bruxos de Guaratuba”, de terem supostamente praticado um “ritual de sacrifício” contra o menino Evandro Ramos Caetano. “A gente diz que em vez de ser um ritual macabro, foi uma invenção macabra que fizeram em cima da gente“, completou.
O programa desta sexta também contou com a participação da inocentada Beatriz Abbage e do advogado que pediu a revisão criminal do caso, Antônio Figueiredo Basto. Confira trecho da entrevista:
ANA GABRIELA SALES ” ( JORNAL GGN” ( BRASIL)