PARA ENTENDER O SIONISMO

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A ascensão do populismo de direita também tem contribuído para a radicalização do sionismo, pois muitos sionistas se identificam com os valores e ideias deste movimento.

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Nesses tempos em que o sionismo se tornou uma seita de ultra-direita, comandado por uma mente assassina, de Benjamin Netanyahu, é bom entender melhor o que é o movimento, para não tomar a parte – o sionismo – pelo todo – o judaísmo.

Theodore Herzl

O sionismo, um movimento político criado no final do século XIX, surgiu como uma resposta às crescentes tensões e perseguições experimentadas pelos judeus em diversos lugares do mundo. Sob a liderança de Theodor Herzl, um jornalista visionário, o sionismo ganhou força vendendo a esperança de um lar seguro para o povo judeu.

Theodor Herzl, nascido em 1860 em Budapeste, na época parte do Império Austro-Húngaro, foi um dos principais impulsionadores do movimento sionista. Como jornalista, Herzl testemunhou em primeira mão o antissemitismo e as dificuldades enfrentadas pelos judeus na Europa. Essas experiências o levaram a acreditar que a única solução para a segurança e a integridade física do povo judeu seria a criação de um Estado judeu autônomo.

Herzl ficou impactado pelo caso Dreyfus, um oficial judeu francês injustamente acusado de traição. Esse evento despertou nele a consciência de que os judeus não poderiam mais depender da assimilação ou da boa vontade dos países onde viviam. Em 1896, Herzl publicou seu livro “O Estado Judeu”, no qual defendia a ideia de estabelecer um Estado judeu como solução para a questão judaica.

A liderança de Herzl foi fundamental para a consolidação do sionismo como um movimento político. Ele organizou o primeiro Congresso Sionista em 1897, em Basileia, na Suíça, onde apresentou sua visão e propôs a criação de uma organização sionista internacional para promover os interesses do povo judeu. O Congresso Sionista se tornou um marco histórico, reunindo judeus de diferentes partes do mundo e estabelecendo as bases para a luta pela autodeterminação judaica.

Herzl também trabalhou para obter apoio político para a causa sionista. Ele se encontrou com líderes políticos e monarcas europeus, buscando o reconhecimento e o apoio para a criação de um Estado judeu.

Herzl não viveu para ver a concretização de seu sonho. Ele faleceu em 1904, aos 44 anos de idade, mas seu legado como líder do movimento sionista perdura até os dias de hoje. 

No início do século XX, o movimento ganhou força, aí recorrendo ao elemento religioso, inspirando inúmeras pessoas a acreditar na necessidade de estabelecer um Estado judeu na antiga terra de Israel, prometida pela Bíblia. Herzl, através de seus escritos e palestras, defendia que somente através da criação de um Estado judeu autônomo poderia-se garantir a segurança e a integridade física do povo judeu.

David Ben Gurion

O Partido Trabalhista, também conhecido como Mapai, desempenhou um papel fundamental no avanço do sionismo e na construção do Estado de Israel. Liderado por figuras como David Ben-Gurion, o partido defendia uma abordagem socialista e igualitária para a construção do Estado judeu. O Mapai foi responsável por estabelecer as bases políticas e institucionais de Israel, bem como por liderar a luta pela independência do país.

Em 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou o Plano de Partilha da Palestina, que propunha a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na região. Essa resolução foi um marco importante para o movimento sionista, pois reconhecia o direito dos judeus a um Estado próprio. No entanto, a rejeição árabe ao plano e a subsequente guerra civil levaram à proclamação do Estado de Israel em 14 de maio de 1948

Ao longo do tempo, o movimento sionista assumiu diferentes correntes de pensamento. O sionismo cultural, por exemplo, enfatizou a importância de preservar e valorizar a cultura judaica em todo o seu esplendor. Já o sionismo socialista, liderado por figuras como Berl Katznelson e David Ben-Gurion, focou na construção de um Estado igualitário ao mesmo tempo em que buscava estabelecer uma sociedade modelar.

Com o avanço do século XX, o sionismo ganhou ainda mais impulso com a ascensão do Partido Trabalhista e a proclamação do Estado de Israel em 1948. A criação do Estado judeu marcou uma nova era para o sionismo, que agora tinha como objetivo principal fortalecer e proteger Israel como um refúgio seguro para a diáspora judaica.

A influência do sionismo sobre os judeus é profunda e multifacetada. Ele uniu pessoas de diferentes origens e culturas em torno de uma ideia central: a necessidade de autodeterminação para o povo judeu. 

No entanto, o sionismo também gerou controvérsias e debates acalorados dentro e fora da comunidade judaica. O sionismo levou à ocupação de terras palestinas e à violação dos direitos humanos. Essas vozes questionam o impacto ético das políticas sionistas, desafiando a noção de que um Estado judeu seja a solução definitiva para os problemas enfrentados pelo povo judeu.

Hoje, o sionismo continua a moldar a identidade judaica e a política de Israel. Enquanto alguns acreditam fervorosamente na necessidade de fortalecer e expandir o Estado judeu, outros questionam o sionismo como uma ideologia arcaica e procuram novos caminhos para a paz e a coexistência entre judeus e palestinos.

A proclamação do Estado de Israel foi um momento histórico para o sionismo e para o povo judeu. Após séculos de perseguição e diáspora, os judeus finalmente tinham um Estado soberano para chamar de lar. A criação de Israel foi recebida com grande a

A radicalização do sionismo pode ser analisada a partir de uma série de fatores, incluindo:

– O aumento do extremismo religioso: O sionismo religioso é uma corrente do sionismo que defende a supremacia judaica e a aplicação da lei judaica (Halakha) em Israel. Essa corrente tem ganhado força nos últimos anos, o que tem contribuído para a radicalização do sionismo como um todo.

– O conflito israelo-palestino: O conflito israelo-palestino é um conflito de longa data que tem gerado muito ressentimento e violência entre as duas partes. Esse conflito tem sido um fator de radicalização do sionismo, pois muitos sionistas acreditam que a única maneira de garantir a segurança de Israel é através da anexação de territórios palestinos e da repressão da população palestina.

– A ascensão do populismo de direita: O movimento é caracterizado por uma retórica anti-imigração, anti-islamismo e nacionalista. A ascensão do populismo de direita também tem contribuído para a radicalização do sionismo, pois muitos sionistas se identificam com os valores e ideias deste movimento.

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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