UM NOVO SÉCULO DE GUERRA ?

CHARGE DE NANDO MOTTA

“A imagem das crianças palestinas é a mais expressiva e dolorosa do nosso tempo. Vamos nos acostumar a viver em guerra?”, indaga o sociólogo Emir Sader

A história da humanidade está repleta de guerras. Inimaginável o que foi a Guerra do Peloponeso, que durou 17 anos. Mais recentemente, é inimaginável que a metade do século passado foi tomada por duas guerras mundiais, que na verdade foi uma única, com um intervalo no meio.

Difícil imaginar como foram os noticiários de rádio sobre a guerra durante quatro anos, de 1914 a 1918. Foi uma guerra basicamente de infantaria, do combate cara a cara, do “ou te mato ou você me mata”.

Como havia notícia com o tempo, de como foi naquele dia e de como se previa para o dia seguinte, se informava como foram os combates no dia, quem atacou quem, quantos morreram, que cidades foram destruídas. Declarações de altas patentes militares, fotos de mulheres e crianças sofrem os efeitos da guerra.

Lenin havia dito, no final do século XIX, que, como o mundo havia sido repartido entre as grandes potências colonizadoras, o século XX seria um período de guerras interimperialistas, em que um bloco de potências tratava de tomar territórios do outro bloco. Mesmo se nos dizem que a primeira guerra começou por um incidente que envolveu personagens em torno de um incidente banal, as causas foram muito mais profundas.

O clima de disputas interimperialistas entre o bloco dirigido pela Inglaterra e pela França, e aquele que chegou mais tarde à disputa, porque tardaram mais à unificação nacional, com a Alemanha, a Itália e o Japão. Foram praticamente 50 anos do mundo em clima de guerra.

Quando terminou a segunda guerra, os Estados Unidos jogaram bombas atômicas no Japão. Os Japão já estavam derrotados, mas os EUA queriam demonstrar à URSS seu poderio militar. Mas demoraram poucos anos, até que a URSS também passasse a ter bombas atômicas, passando a impedir que o mundo entrasse em uma nova guerra mundial. Foi o clima da chamada guerra fria.

Os focos de guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, faz com que voltemos a um clima de guerra. Que talvez se estenda muito mais do que poderíamos imaginar. Que corremos o risco de que se estenda por toda a primeira metade do século XXI, que poderia ter sido um século de paz e de progresso.

Se disputa se o personagem mais destacado da nossa época será Lula ou Milei.

A imagem das crianças palestinas é a mais expressiva e dolorosa do nosso tempo. Vamos nos acostumar a viver em guerra?

Hoje somos todos palestinos. Para que Palestina não desapareça como país. Para que consigamos intermediar um processo de paz para o Oriente Médio. Para que a América Latina seja um continente de paz e de solidariedade.

EMIR SATER ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)

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