Contribua usando o Google
Muitos dos objetivos de combate à desigualdade, presentes no discurso de Lula, já estão em andamento no Ministério de Silvio Almeida.
Poucas vezes o país conseguiu se unificar em torno de um evento, o discurso de Lula na ONU (Organização das Nações Unidas). A temática é a mesma do início do primeiro governo Lula. Lula é o mesmo democrata, conciliador, pacificador, profeta das causas sociais. O que mudou foram os tempos.
Há uma frase clássica de Victor Hugo: “Nada é tão poderoso como uma ideia cujo tempo chegou”.
O mundo ocidental viveu uma fase de solidariedade no pós-guerra, a partir do acordo de Bretton Woods. Disciplinou-se o fluxo de capitais, criaram-se instituições incumbidas de promover desenvolvimento.
Esse mundo acabou no governo Nixon, quando desacoplou-se o dólar do ouro e se permitiu a liberdade sem limites dos movimentos financeiros. Gradativamente o mundo mergulhou em crises periódicas, um processo profundo de concentração da riqueza, uma perda generalizada do dinamismo econômico, até eclodir na crise de 2008.
Se 2008 foi um divisor de águas, de lá para cá criou-se um vácuo, uma perda de rumo, potencializada pelas mudanças no mercado de informações, com o advento das redes sociais e a manipulação dos algoritmos.
O envolvimento dos Estados Unidos e da Europa na guerra da Ucrânia foi resultante dessa perda de rumo. Com os governantes cada vez mais distantes dos eleitores, a guerra foi uma maneira de tentar reconectar-se. Em vez de pressionar a Rússia para um acordo de paz, estimularam a guerra, com consequências concretas sobre a economia mundial e sobre as economias nacionais.
O tremendo impacto do discurso de Lula mostra que o tempo chegou. Mas não é apenas um discurso. Valendo-se do fracasso do modelo norte-americano, que não consegue oferecer sequer saúde para seus próprios cidadãos, a China empenha-se em uma estratégia de pacificação e desenvolvimento, investindo em países pobres e promovendo transferência de tecnologia.
Muitos dos objetivos de combate à desigualdade, presentes no discurso de Lula, já estão em andamento no Ministério dos Direitos Humanos, do Ministro Silvio Almeida.
O Ministério definiu cinco públicos:
- pessoas com deficiência
- Idosa
- LBTGQIA+
- Criança e adolescente
- Pessoa em situação de rua
Recentemente, Lula indicou sua preocupação com a situação dos presídios. O MDH está reestruturando todos os programnas de proteção de testemunhas, especialmente nos casos de crianças ameaçadas de morte.
Em relação à população de rua, será lançado o Plano Nacional em Defesa da População de Rua, regulamentando a Lei Padre Lancelotti, com envolvimento dos Ministérios da Saúde, Educação, Cidades e programa Primeira Moradia.
Ponto central na nova visão de direitos humanos – presente no discurso de Lula – é que o desenvolvimento econômico é peça essencial. Daí a necessidade de se pensar em projetos de desenvolvimento, algo que falta ao país.
O MDH irá atuar em duas áreas. A primeira, montando uma comissão, com estudos do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) para analisar os efeitos da nova industrialização nos direitos dos trabalhadores e do ambiente social.
O segundo projeto será valer-se de um fundo especial para amparar a parte mais dinâmica do Brasil atual: os movimentos sociais como o MST (Movimento dos Sem terra), MTST (Movimentos dos Sem Teto), CUFA (Central Única das Favelas). A ideia será financiar projetos desenvolvidos por eles.
Fator Globo
Chamou a atenção a inédita unanimidade dos comentaristas da Globo em relação ao discurso de Lula.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)