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O Conselho de Estado chinês, em sua última reunião, decidiu-se por políticas macroeconômicas mais flexíveis para estimular a demanda efetiva.
O crescimento da China foi baseado em alguns motores, renovando-se sucessivamente.
O primeiro motor foi a criação de zonas de exportação e tornar-se o chão de fábrica do mundo, não apenas para bens de baixa tecnologia, mas para produtos de alta tecnologia.
À medida em que foi sendo criada uma mão-de-obra urbana, o segundo movimento foi de urbanização e fortalecimento do mercado interno. E agora?
Permanece a sombra da crise imobiliária, que vitimou a principal empresa chinesa, a Evergrande. O último balanço demonstrou perdas líquidas de US$ 66 bilhões e US$ 15 bilhões, respectivamente, em 2021 e 2022.
A bolha imobiliária foi furada quando o governo chinês definiu regras em 2022, limitando os limites de dívida para cada incorporador. A medida provocou uma crise de liquidez na Evergrande. À medida em que os financiamentos evaporaram, a empresa deixou projetos inacabados, atrasou pagamento de fornecedores, espalhando os problemas por todo o mercado imobiliário.
O crescimento abaixo das expectativas foi atribuído à crise imobiliária. O setor responde por um quarto da economia chinesa. Houve queda também no ritmo das exportações e o país enfrenta a ameaça de uma deflação. Um índice de preços de casas chinesas mostrou uma queda de 2,2% em relação ao ano passado.
A resposta do governo chinês foi um pacote de apoio ao setor até o final de 2024. As medidas incluem reduzir o valor do pagamento à vista e taxas de juros menores, visando garantir a entrega de casas concluídas aos compradores.
Fu Linghui, porta-voz do Departamento Nacional de Estatísticas, apresentou três pilares para a nova etapa: modernização industrial, desenvolvimento robusto da economia e o impulso para uma transição verde.
Apesar de ter registrado um crescimento graúdo – de 6,3% ano ano – a expectativa geral era de um crescimento de 7,3%. Mesmo assim foi uma vitória, considerando-se o novo normal da demanda externa a interna.
Um dos setores mais promissores, de veículos elétricos, registrou vendas de 3 milhões de unidades no primeiro semestre, crescimento superior a 30%.
Esse movimento foi facilitado pelas decisões do Conselho de Estado. Na última reunião executiva, em 6 de julho, decidiu-se por políticas macroeconômicas mais flexíveis para estimular a demanda efetiva, fortalecer e otimizar a economia real.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN ” ( BRASIL)