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Mesmo com variações em torno do número final de 203 milhões de brasileiros, não resta dúvida de que acabou o bônus demográfico.
Ainda há dúvidas sobre os resultados finais do censo demográfico de 2022 e, principalmente, sobre a tendência de crescimento da população. As restrições são conhecidas. A pandemia não apenas reduziu o número de nascimentos, aumentou o número de óbitos, mas também atrapalhou a pesquisa, pelas restrições do isolamento.
Além disso, o país atravessou um período crítico de recessão, de 2016 até 2022, reduzindo a propensão das famílias a procriar.
Mesmo assim, mesmo com variações em torno do número final de 203 milhões de brasileiros, não resta dúvida de que acabou o bônus demográfico. Daqui para frente a população passará a ser proporcionalmente mais idosa, com consequências óbvias de médio prazo – mas não tão óbvias para um país que não consegue enxergar além do dia corrente.
Envelhecimento da população significa maior peso na Previdência Social, por ter menos jovens em idade ativa bancando a aposentadoria das gerações anteriores. E o país selvagem, que começou a ser desenhado a partir de 2015, não apenas aumentou as restrições à aposentadoria, como desestimulou o trabalho formal e a contribuição social. O segundo problema será na oferta de mão-de-obra, cada vez mais escassa, mas em uma conjuntura em que os empregos também serão escassos, criando uma carga adicional de sacrifício para as populações mais idosas.
Os números do censo
Aqui, algumas curiosidade sobre os números do censo, divulgados ontem. Os menores números de crescimento concentraram-se no nordeste e norte.
Mas há algumas curiosidade, a serem decifradas pelos especialistas. No sul, enquanto a população do Rio Grande do Sul cresceu apenas 1,7%, a do Paraná 7,1%, a de Santa Catarina cresceu 21,8%,
No Norte, enquanto a população de Rondônia cresceu 1,2%, a de Roraima cresceu 41,3%.
Os cinco estados mais populosos do país são São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul.
Considerando apenas os municípios com mais de 50.000 habitantes, o maior crescimento foi em Sanedor Canedo, em Goiás, e Fazenda Rio Grande, no Paraná e Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia. As demais cidades estão em área do agronegócio.
As maiores quedas foram em Santa do Araguaia (Pará, Ipixuna do Pará
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)