O BRASIL VOLTA A ENSAIAR PLANOS NACIONAIS DE DESENVOLVIMENTO

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Uma das lições aprendidas pelo país é sobre a relevância das políticas sistêmicas voltadas para o bem estar da população.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio lançou o segundo movimento estruturante da economia brasileira, ensaiando a retomada dos grandes planos nacionais de desenvolvimento. O primeiro foi o seminário internacional realizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Agora, o comitê executivo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), definiu uma série de “missões” para a construção da política industrial, em trabalho envolvendo economistas, empresários, sociedade civil, coordenados pela economista Verena Hitner.

Ao contrário de outras experiências históricas, como o Plano de Metas de JK e o Plano Nacional de Desenvolvimento do período Geisel, há a identificação de uma série de temas, mas sem a definição de metas.

Foram identificados 7 grandes desafios nacionais.

1. Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para erradicar a fome. 

Há ênfase na nacionalização de bioinsumos, implementos agrícolas, fertilizantes e insumos, equipamentos e soluções digitais para o campo e para o monitoramento de biomas

2. Complexo de saúde voltados para a prevenção e tratamento de doenças.

Inclui aumento da economia em tecnologias críticas para a produção nacional de vacinas, medicamentos e equipamentos médicos.

3. Infraestrutura sustentável para a integração produtiva.

Destravar boas de infraestrutura par adensamento e uso de materiais sustentáveis; universalização da cobertura de 5G e estímulo a empresas tecnológicas as para construir cadeias regionais de valor, incluindo integração produtiva com vizinhos.

4. Transformação digital da indústria.

Desenvolvendo empresas líderes em novas tecnologias digitais, como inteligência artificial, internet das coisas e realidade virtual.

5. Descarbonização da indústria viabilizando a transição energética.

Estímulo à expansão da produção nacional de biocombustíveis, hidrogênio verde, química verde, produção de baterias e produção de tecnologias críticas, como a solda, eólica e pequenas centrais nucleares; avançar na pesquisa e desenvolvimento da fusão nuclear.

6. Tecnologias críticas para a soberania e defesa nacionais.

Passando pela micro e nano eletrônica, desenvolver e fabricar satélites, tecnologias digitais emergentes para a segurança pública e a cibersegurança.

7. Moradia e mobilidade sustentáveis para o bem estar nas grandes cidades.

Promover a sustentabilidade ambiental nas cadeias de fornecimento do Minha Casa Minha Vida e obras do Novo Plano de Investimentos; softwares e sistemas integrados para cidades inteligentes.

O CNDI é formado pelos ministros dos seguintes órgãos: MDIC, que o preside; Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência, Ciência, Tecnologia e Inovação, Fazenda, Relações Exteriores, Planejamento e Orçamento, Integração e Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e Mudança do Clima, Minas e Energia, Agricultura e Pecuária, Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Trabalho e Emprego, Saúde, MEC, Defesa, Portos e Aeroportos, Comunicações, Gestão e Inovação em Serviços Públicos além do BNDES. E mais 21 conselheiros representantes da sociedade civil.

Uma das lições aprendidas pelo país é sobre a relevância das políticas sistêmicas voltadas para o bem estar da população. Ou seja, casar políticas industriais da saúde com as demandas da população; financiamento de moradia popular com projetos urbanísticos integrados; mobilidade urbana em lugar de estímulos isolados a setores.

Por isso mesmo, chamou atenção o anúncio de um plano de estímulo ao automóvel popular, anunciado por Lula. Políticas setoriais soltas são propostas anacrônicas.

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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