Contribua usando o Google
Foi um dos jornalistas fundamentais na história do jornalismo brasileiro, mestre de Mino Carta e de todas as gerações posteriores.
Conheci Cláudio Abramo quando ainda trabalhava no Jornal da Tarde e ele tinha a coluna na página 2 da Folha. Deu vontade de pegar um depoimento dele. Fui à sua casa, gravei uma longa entrevista que, posteriormente, foi enviada para seu filho Cláudio Weber Abramo.
Na entrevista, chamava atenção a rede de relacionamentos dele, em todo mundo, especialmente no universo dos intelectuais de esquerda.
Voltei a ter contato com ele no curto período em que assumi a Secretaria de Redação da Folha. Anos antes, Cláudio tinha sido substituído na Diretoria de Redação pelo indescritível Boris Casoy, mas mantinha sua coluna, com enorme influência no mundo político.
Era um ranheta – na melhora definição que damos ao parente mais velho. Vez por outra ligava para mim (e eu era Secretário de Produção do jornal) e literalmente ordenava que mandasse alguém buscar seu artigo. Não havia nada de ofensivo no tom incisivo dele. Era apenas uma maneira de estabelecer relações e manter o status de quem dirigiu os maiores jornais do país. E eu cumpria obedientemente.
Quando comecei com meu programa na TV Gazeta, cruzei com ele na rua. Ele me disse:
– É o primeiro caso de jornalista de TV que fala que nem metralhadora. Que nem eu.
De fato, competíamos para saber quem falava mais rápido.
Foi um dos jornalistas fundamentais na história do jornalismo brasileiro, mestre de Mino Carta e de todas as gerações posteriores.
- Depoimento para a publicação Jornalistas & Cia
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)