O CASO MORO NAVEGOU SOZINHO NAS REDES, SEM RESPOSTA OFICIAL

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Ou seja, não basta assessores respondendo burocraticamente as dúvidas mas, também, indo atrás de informações.

Como uma grande empresa trabalha a comunicação na era das redes sociais, especialmente se tiver muitos departamentos e sucursais?

O primeiro passo é montar uma rede de assessores de comunicação em cada área sensível. No caso de governos, seria nos Ministérios e agências mais relevantes.

O passo seguinte é submetê-los a uma orientação única, uma Diretoria de Comunicação ou, no caso de governos, a Secretaria de Comunicação.

É fundamental uma rede interna, ligando todos os pontos. E, depois, sistemas relevantes de monitoramento das redes sociais e das demandas da mídia.

Passo prévio essencial é identificar os pontos sensíveis, os temas que podem dar margem a explorações. Em seguida, preparar respostas padrão, especialmente para aqueles temas mais complexos..

A Secom tem que estar permanentemente alimentada com os principais indicadores do governo, para administrar o dia a dia.

O sistema tem que trabalhar com o conceito de semáforo. Sempre que identificar um tema em crescimento nas redes, a Secom definirá seu grau de impacto. A partir daí, haverá um protocolo para cada nível: a resposta básica do assessor da área em questão; o secretário-executivo e o próprio Ministro.

A resposta poderá ser na forma de notas, trabalhos ou vídeos. Afinal, o ambiente proliferação dos boatos é multimídia. Na era do WhatsApp, sempre será possível montar grupos de jornalistas afeitos a cada tema, para receber de forma instantânea os esclarecimentos.

Esse trabalho não prescinde de jornalismo público. Ou seja, não basta assessores respondendo burocraticamente as dúvidas mas, também, indo atrás de informações.

Tome-se esse caso das investigações sobre o suposto atentado do PCC planejado contra Sérgio Moro.

As investigações corriam a algum tempo. Era óbvio que seria explorado pelo ex-juiz, especialmente se tivesse o controle da cronologia. A operação é deflagrada justo no dia em que há uma troca de guarda na Polícia Federal e um dia depois de uma fala infeliz de Lula.

Quem assina a ordem? A Juiz Gabriela Hardt, estreitamente ligada a Moro e à Lava Jato.

O burburinho poderia ser facilmente respondido com informações:

  1. Dados do início das investigações.
  2. Dados sobre os alvos. Aliás, a história de que Sérgio Moro era alvo é inverossímil. O PCC atua de forma empresarial. Evita crimes de impacto para não atrapalhar seus negócios de venda de droga. Um atentado contra um ex-juiz, ex-Ministro e atual Senador faria com que todas as forças oficiais da Nação caíssem sobre eles. E a troco de que uma vingança contra atos burocráticos tomados pelo então Ministro da Justiça três anos atrás?

Mas não havia uma informação sequer para se contrapor aos fake news. A reação dependeu exclusivamente das declarações do Ministro Flávio Dino e do delegado responsável pelo inquérito.

Para toda a opinião pública, ficou a versão do ex-juiz heróico ameaçado.

Nem se fale a notícia (não confirmada) da nomeação do braço direito de Jorge Paulo Lemann para a diretoria de Política Monetária do Banco Central.

Definitivamente, este governo carece de uma política de comunicação.

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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