Um rombo de R $20 bilhões para um capital de R$ 45 bilhões significa uma empresa quebrada. Seu destino dependerá da 3G – de Lehman.
O escândalo que estourou nas Americanas S.A. é inédito no país: um rombo de R$ 20 bilhões, escondido no balanço.
Segundo nota da empresa, as inconsistências foram encontradas “em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores”, mas precisou que ela abrange inclusive o ano de 2022.
Em relação ao pico de 3 de fevereiro de 2021, houve uma queda de 86,8% nas cotações. Um rombo de R $20 bilhões para um capital de R$ 45 bilhões, significa uma empresa quebrada. Seu destino dependerá do aporte que poderá (ou não) ser feito pela 3G – o grupo de Jorge Paulo Lehman.
Hoje se saberá melhor do impacto da notícia sobre as cotações.
Até agora, Lojas Americanas experimentavam a mesma queda registrada por outros varejistas, como o Magazine Luiza.
O pico de preço foi em 9 de fevereiro de 2021, com a ação cotada a R $26,24.
Ontem, o papel foi cotado a R $3,05, uma queda de 88,4%.
De um lado, tem ocorrido grandes mudanças no comércio, com as vendas online. Em geral, essas empresas se prepararam, montando grandes centros de distribuição. Mas, por outro lado, o mercado abriu para gigantes estrangeiros, como a Amazon e a Ali Baba.
Aliás, a perda de rumo das Americanas já estava nítida no início do ano. Passei por uma experiência pessoal interessante. Adquiri um robô de limpeza. Veio o modelo errado. Pedi devolução. Devolveram o dinheiro, mas não vieram buscar o aparelho. Depois de semanas de espera, coloquei uma nota no Twitter, estranhando a disfuncionalidade da empresa.
Imediatamente entrou em contato um assessor, colocando o presidente à disposição para conversar comigo. Agradeci, mas disse que a única coisa que precisava é que retirassem o aparelho.
Ali, ficava nítido o receio da diretoria da empresa de que alguma informação estratégica tivesse vazado.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)