O BOLSONARISTA PRESO PELA POLÍCIA FEDERAL É INDÍGENA NÃO TRADICIONAL, EX-TRAFICANTE E PASTOR

Imagem: Twitter/Reprodução

José Acácio Serere Xavante ainda estaria sendo bancado por um fazendeiro de Mato Grosso

O indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante, preso temporariamente nesta segunda-feira (12) por atuação em atos antidemocráticos, tem um perfil curioso, entre detenções e o título de pastor evangélico. 

Conhecido como cacique Tserere, o indigena é “famoso” nas redes sociais pelo seu posicionamento extremista em apoio ao atual líder do Executivo, Jair Bolsonaro (PL). 

Acontece que Tserere não tem a função de Cacique na aldeia dele, onde quem comanda é o Cacique Celestino. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) afirmou que o indígena não é tradicional. Há seis anos ele se casou  com uma mulher não indígena e atua como pastor evangélico. 

No entanto, a decisão de se dedicar aos trabalhos religiosos só ocorreu após ele ser preso por tráfico de drogas em 2008. Ele foi detido com cocaína e condenado a 4 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMG). Dentro da prisão ele teria recebido aulas para se tornar pastor e depois “seguiu o chamado”.

Sua vida política iniciou em 2010, quando foi candidato à prefeitura de Campinápolis, município de Mato Grosso, pelo PROS. Na época, sua empreitada política não teve sucesso e ele sofreu forte rejeição dos próprios Xavantes.

Já em 2020, Serere Xavante ganhou destaque em grupos bolsonaristas nas redes sociais. Vídeos que repercutiram nos últimos dias o mostram no acampamento do Quartel General em Brasília, onde não hesita em atacar ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), o processo eleitoral e o presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Financiado por fazendeiro

O bolsonarista ainda estaria sendo financiado pelo fazendeiro paulista, Dide Pimenta, natural de Araçatuba, que tem propriedade em Campinápolis, informou o Correio Braziliense. 

Para chegar e se manter por cerca de 10 dias em Brasília, onde foi preso, o indígena teria sido financiado pelo fazendeiro, que explicou a ação e pediu mais “ajuda” financeira por meio de vídeo.

Na gravação, Dide afirmou que foi procurado pelo Cacique porque “queria ajudar na manifestação”. Ele contou que junto com um grupo de amigos enviou os indígenas em “oito ônibus de índios” e no domingo (11) mandou “outras etnias” para Brasília. 

Agora, no entanto, o grupo estaria com “dificuldade de manter os índios”, por isso estão recebendo “doações” entre R$ 30 a R$ 500, que seriam feitas por PIX.

“Estamos empenhado nessa luta junto com Tserere e Xavantes para manter nossa democracia e nosso capitão no governo”, disse o fazendeiro. 

Atos vândalos

A prisão temporária de Serere Xavante foi determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, a partir de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PRG).

Na decisão sobre a prisão, Moraes destacou que o cacique “convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos“, que aconteceu ontem na capital federal. 

A ação levou a capital federal ao caos na noite de ontem. Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) afrontaram a polícia, queimaram de veículos, cercaram um shopping e tentaram de invadir o prédio da Superintendência da Polícia Federal (PF), onde o indígena está detido.

Em resposta, o indígena bolsonarista gravou um vídeo, divulgado pela PF, pedindo para os colegas pararem com os atos de violência.

ANA GABRIELA SALES ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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