
Campanha de Bolsonaro prepara relatório alternativo dos militares para possivelmente contestar o segundo turno
Jair Bolsonaro escondeu o relatório das Forças Armadas sobre as urnas no dia 2, confrontou os militares que não encontraram nenhuma irregularidade, silenciou apuração paralela de Instituto contratado pelo PL, produz o discurso de golpe e, agora, prepara relatório alternativo dos militares para possivelmente contestar o segundo turno.
Todas as informações foram adiantadas pelo GGN no último 11 de outubro. No artigo “Bolsonaro não abandonou plano de questionar eleições“, mostramos o passo a passo da campanha do presidente que decidiu silenciar a principal contestação das eleições, caso Lula vencesse no 1º turno, e manter a estratégia para o dia 30 de outubro.
Desde as contratações de auditoria paralela pelo Instituto Voto Legal, a produção de um relatório elencando supostos favoritismos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à campanha de Lula, as sondagens da liderança e possível vitória de Lula ainda no 1º turno contra o resultado inesperado até para a campanha de Bolsonaro motivaram o discurso inesperadamente tranquilo do mandatário na noite do domingo eleitoral, sem aceno de golpe.
O resultado seria outro se Lula tivesse ganho as eleições no 1º turno. E o silêncio sobre supostas fraudes nas urnas foi mantido para a carta ser usada em caso de derrota, no segundo turno.
Nesta semana, o TSE cobrou das Forças Armadas o tal relatório demandando por Jair Bolsonaro aos militares, de fiscalização do dia 2. A resposta foi que os militares não fizeram relatório.
Mas ao dar este retorno ao TSE, o ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira chegou a admitir que um relatório poderá ser produzido no segundo turno e entregue à Corte Eleitoral após o fim das eleições.
Após a cobrança de Bolsonaro para os militares “se esforçarem mais”, ao não encontrarem erros ou fraudes no 1º turno, agora Nogueira afirma que uma fiscalização será entregue após o dia 30, “para não tumultuar”, teria justificado ao ministro Alexandre de Moraes, segundo reportagens da CNN e do Estadão.
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PATRICIA FAERMANN ” JORNAL GGN” ( BRASIL)