
Colagem com recortes das bandeiras da China, Estados Unidos e Rússia [China Worker/Reprodução]
Xi está mais interessado em segurança e estabilidade do que no crescimento econômico em si.
O fato geopolítico mais relevante foi a recondução de Xi Jinping à presidência da China, no 20o Congresso Nacional do Partido Comunista da China. Será o terceiro mandato, quebrando uma regra que passou a vigorar após o período de Mao Tse Tung.
O sentimento geral é o de que os últimos cinco anos foram “extremamente incomuns e extraordinários”. E o grande desafio será a busca do “grande rejuvenescimento da nação chinesa”.
Segundo artigo de Shannon Tiezzi, do The Diplomat, há cinco pontos centrais a serem analisados.
Ponto 1 – Zero Covid veio para ficar.
Ao contrário de críticos que analisam apenas os impactos de curto prazo na economia, Xi sustentou que o combate à epidemia teve “resultados positivos significativos para o desenvolvimento econômico e social”.
Ponto 2 – aprender a conviver com crescimento mais lento.
É matemático. Na fase de urbanização, os países crescem mais rapidamente, devido à absorção da mão de obra rural nos projetos industriais. Quanto maior o tamanho da economia, obviamente maior a dificuldade em manter os mesmos índices de crescimento. Se a economia está em 10, um aumento de 5 equivale a 50%. Se está em 100, 5 equivale a 5%.
No último governo Xi, tentou-se mudar a dinâmica do crescimento para o mercado interno e produtos de maior valor agregado. A bandeira da “prosperidade comum” marca a meta da redução da desigualdade econômica.
Os pontos centrais das políticas de Xi são a consolidação de uma rede de segurança social e o aumento da renda baseada no emprego. Mas há um problema sério nos níveis de desemprego dos jovens e a necessidade de pensões para a crescente população de idosos aposentados.
Segundo Tiezzi, Xi está mais interessado em segurança e estabilidade do que no crescimento econômico em si. O esforço da China para consolidar sua liderança em campos de alta tecnologia é visto como imperativo de segurança nacional, para reduzir a dependência estrangeira. Ou seja, a estabilidade tornou-se um fim em si mesma, e não apenas uma pré-condição para o crescimento econômico.
Segundo as estatísticas, palavras como “economia”, “reforma”, “inovação” e “abertura” tiveram queda acentuada em relação ao relatório final do trabalho apresentado por Hu Jintao (o antecessor de Xi), enquanto aumentaram as menções a “segurança” e “luta”.
3. O caso Taiwan.
A unificação da China, com a incorporação de Taiwan, foi apresentada como prioridade, mesmo que seja pelo uso da força.
4. Cinturão e Rota
A Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) sofreu um rebaixamento nos últimos tempos. As iniciativas foram elogiadas por Xi e foi brevemente mencionada na seção sobre continuar a impulsionar a abertura da China para o mundo exterior.
Em seu lugar, cresce a Iniciativa de Desenvolvimento Global e Iniciativa de Segurança Global.
5. Janela estratégica da China
Foi ressaltada a perspectiva de uma campanha dos Estados Unidos contra a China. Xi alertou para um período de incertezas e fatores imprevisíveis. Diz ele: a China, deve, portanto, “estar pronta para resistir a ventos fortes, águas agitadas e até tempestades perigosas”.
O caminho apontado é a da centralização e unidade, sob a liderança do Partido Comunista Chinês. Xi alertou para os riscos do “relaxamento ou descanso, fadiga ou cansaço de guerra”.
A inflação no mundo
Abaixo, indicadores de inflação em diversos países do mundo.
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LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)