” SE BOLSONARO VIRAR A ELEIÇÃO EM MINAS, ELE É PRESIDENTE. SE PERDER, LULA VOLTA”, DIZ FELIPE NUNES DIRETOR DA QUAEST

Fotos: Reprodução

Nota da redação: Atenção: A entrevista citada nesta matéria foi veiculada em 10 de outubro, antes, portanto, da divulgação da nova pesquisa Quaest desta quinta, 13

Minas Gerais é o “swing state” mais importante e vai definir a eleição presidencial, diz o especialista

Segundo maior colégio eleitoral do País, Minas Gerais é o “swing state” mais importante das eleições gerais de 2022, ou seja, será o estado que definirá o resultado nacional do segundo turno, no dia 30 de outubro.

“Se Bolsonaro virar a eleição em Minas, ele é presidente da República. Se Bolsonaro perder a eleição em Minas, Lula volta a ser presidente da República“, afirma o diretor do instituto Quaest de pesquisas, Felipe Nunes, em entrevista veiculada em 10 de outubro pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

No primeiro turno, Lula venceu Bolsonaro em Minas Gerais, com uma diferença de 563.307 votos. Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tiraram juntos 810 mil votos no estados. Brancos e nulos somaram 1,7 milhão.

Apesar da vitória de Lula, os mineiros reelegeram Romeu Zema (Novo) com mais de 6 milhões de votos; também deram a vaga no Senado para Cleitinho (PSC), que angariou 4,2 milhões de votos. Além disso, Nikolas Ferreira (PL) foi o deputado mais votado, com 1,4 milhão de votos, bem à frente de André Janones (Avante), que ficou com 238 mil.

Bolsonarista xiita, o senador eleito Cleitinho tem sido um ativo disseminador de fake news contra Lula no segundo turno – inclusive associando o petista a satanistas de maneira fraudulenta – e Zema declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno.

Nunes avalia que o “grande nome do segundo turno chama-se Romeu Zema”, pois o governador é a “tentativa que Bolsonaro tem para virar a eleição em Minas.”

“Lula conseguiu apoios com Simone Tebet, o PDT, grandes nomes do Plano Real e outros. Mas se tiver que resumir em um nome, a grande atração [do segundo turno] é Romeu Zema que, de fato, tem a possibilidade de ajudar Bolsonaro a mudar o jogo em Minas Gerais.”

O apoio de Zema a Bolsonaro

Nunes pondera, entretanto, que a história das eleições mostra que o eleitorado mineiro é independente de governador na escolha para presidente. O voto Lula-Zema foi a tônica em 436 cidades de Minas no primeiro turno. Aliás, na visão do cientista político, essa tem sido uma tendência vista também fora do estado, de modo que os apoio angariados por Lula e Bolsonaro para o segundo turno precisar ser vistos com cautela.

“Em 2006, Minas elegeu Aécio (PSDB) no primeiro turno. Em 2010, Anastasia (PSDB). Em 2014, Pimentel (PT). Em 2022, Zema. Mineiro gosta de resolver governador logo de cara. Mas isso não necessariamente significa que eleitor está dando cheque em branco ao governador. Nem Aécio nem Anastasia conseguiram, em 2006 e 2010, ajudar Alckmin e Serra na disputa nacional, respectivamente. O voto é muito mais do presidente do que do governador. Então, embora Zema seja a grande atração de Bolsonaro, acho que há superestimação da possibilidade do governador, seja ele quem for, de conseguir fazer votos”, declarou Nunes.

“Minha avaliação é que o eleitor está cada vez mais independente. Eleitor não quer saber de poste. (…) As pessoas estão cada vez mais autônomas, menos influenciadas pelos políticos”, acrescentou.

Minas, o Swing State

Na visão do especialista, a tendência de Bolsonaro vencer em outros dois grandes colégios eleitorais, São Paulo e Rio de Janeiro, é estável. No primeiro caso, o antipetismo é muito forte e, no segundo, a influência das igrejas evangélicas – grupo religioso que mais apoia Bolsonaro – tem sido decisiva para levar a vitória ao atual presidente. É por isso que todos os olhos devem se voltar para Minas Gerais, onde há uma miscigenação maior no eleitorado.

Minas a síntese do Brasil e, politicamente, consegue apontar o que o eleitor está querendo [para a presidência]. Minas é o swing state mais importante e quem conseguir convencer o mineiro, vai conseguir ganhar essa eleição”, reafirmou.Veja mais sobre:~Eleições 022

CINTIA ALVES ” JORNAL GGN ( BRASIL)

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