12 MENTIRAS DE BOLSONARO NO JORNAL NACIONAL

Foto: Reprodução/Instagram/g1

Presidente Bolsonaro mentiu no JN sobre a segurança das urnas, vacinas, Centrão, corrupção no governo federal e mais

Na noite desta segunda-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro foi sabatinado no Jornal Nacional e, novamente, mentiu sobre diversos assuntos de grande interesse público.

Nos 40 minutos de entrevista da TV Globo, William Bonner e Renata Vasconcelos questionaram o mandatário sobre as ameaças golpistas, crise econômica, aumento do desmatamento, aliança com o Centrão e outros temas.

Para se justificar, Bolsonaro recorreu a mentiras.

Confira o levantamento do GGN, que mostra 12 respostas inverídicas de Bolsonaro:

1 – Xingou ministros

Bonner afirmou que Jair Bolsonaro “xingou ministros” do STF. Ao responder, ele acusou o jornalista de propagar fake news.

Porém, o chefe do executivo chamou Alexandre de Moraes de “canalha”, em manifestação com aliados na Avenida Paulista, no 7 de setembro passado

.

Confrontado pela bancada, Bolsonaro afirmou que ofendeu apenas Moraes, e não “ministros”. No entanto, Luis Roberto Barroso, colega de Moraes no Supremo, também foi alvo de ofensas do presidente, durante agenda em Joinville.

2 – Urnas não foram hackeadas para mudar votos

O entrevistado deu a entender que as urnas eletrônicas foram hackeadas, alterando resultados de eleições passadas. Bolsonaro se utilizou de um pedido feito pelo TSE, em 2018, para que se abrisse um inquérito, ainda não concluído, para a Polícia Federal investigar denúncia de invasão ao sistema eleitoral.

De fato há essa investigação, mas os técnicos do Tribunal alegaram que o hacker conseguiu acessar senhas, mas não alterou resultados nem comprometeu pleitos.

3 – PSDB não comprovou que houve fraude

Ainda sobre o processo de votação, Jair Bolsonaro disse que o PSBD contratou auditoria própria em 2014, após vitória de Dilma Rousseff à Presidência. Esse levantamento teria concluído que as urnas não são auditáveis e que a eleição foi comprometida.

Na verdade, a auditoria do partido comprovou exatamente o contrário e a sigla aceitou a derrota de Aécio Neves, que foi ao segundo turno com a petista naquele ano.

4 – Governo não foi rápido em comprar vacinas e demorou para responder Pfizer

O Governo Federal teria adquirido mais de 500 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 e o Brasil foi um dos países mais rápidos no processo de imunização. Mas, já em 2020 mais de 50 nações já haviam iniciado o processo de vacinação, enquanto a primeira aplicação no País aconteceu somente em janeiro de 2021.

Além disso, a mudança de postura do Ministério da Saúde, para comprar doses, só ocorreu após pressões contra o Planalto feitas pela imprensa, sociedade civil e, principalmente, pela CPI da Covid.

Nesse sentido, Bolsonaro, no final de 2020, chegou a questionar a “pressa” da população em querer se vacinar: “não se justifica”.

Naquele momento, o Brasil contabilizava mais de 180 mil mortes pelo coronavírus.

Ainda, a Pfizer divulgou publicamente que, ao longo daquele ano, o Planalto sequer respondeu 53 emails enviados pela companhia, que queria fechar acordo para imunizar os brasileiros com o Governo, o que só ocorreu no ano seguinte.

5 – Brasil não perdeu 3 milhões de empregos no Governo Dilma

Entre 2014 e 2015, quando Dilma era presidente, o Brasil teria perdido 3 milhões de empregos, segundo Bolsonaro. Porém, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), feita pelo Ministério do Trabalho em 2015, o saldo total no período foi positivo, de 623 mil vagas criadas.

6 – Houve casos de corrupção no Governo Bolsonaro

Na entrevista, Bolsonaro disse que não houve casos de corrupção no Governo Federal nos últimos quatro anos. No entanto, ocorreram mais de 20 escândalos. Veja o levantamento do GGN aqui.

No escândalo mais recente, pastores cobravam propina a prefeitos para intermediarem pedidos de recurso da educação básica junto ao então ministro da Educação, Milton Ribeiro. Em áudio, ele disse que isso acontecia a pedido de Bolsonaro. Ribeiro foi exonerado do cargo e chegou a ser preso.

Algo semelhante se deu no Ministério do Meio Ambiente. O chefe da pasta até 2021, Ricardo Salles, foi acusado de atuar por madeireiras ilegais na Amazônia. Salles também foi demitido.

Há também diversas suspeitas de corrupção envolvendo a estatal Codevasf, que foi entregue ao Centrão, grupo parlamentar que sustenta Jair Bolsonaro. Os valores de superfaturamento em obras da companhia no Nordeste, por exemplo, podem chegar a R$ 131 milhões, segundo a CGU (Controladoria-Geral da União).

Em relação a vacinas, o Governo chegou a firmar acordo para comprar imunizantes indianos, a Covaxin, com sobrepreço. Após repercussão negativa, o negócio não foi para frente. O contrato havia sido fechado no valor total de R$ 1,6 bilhão.

Ainda, se criou o orçamento secreto. Na prática, se trata da compra de apoio parlamentar junto ao grupo fisiológico do Centrão de forma institucionalizada. Como é “secreto”, não se sabe ao certo os números totais, mas ele movimenta dinheiro na casa dos bilhões de reais entre os deputados e senadores alinhados a Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados apoiado pelo bolsonarismo.

7 – Centrão existia sim

Em dado momento da sabatina no Jornal Nacional, Bonner relembrou que Bolsonaro dizia que não era do Centrão na campanha de 2018, mas no ano passado afirmou que “sempre foi” membro do grupo. Assim, o jornalista questionou em que versão do presidente o eleitor deveria acreditar.

Na resposta, o atual chefe do Executivo defendeu que “o Centrão não existia”, quando ele era deputado federal. No entanto, o conjunto parlamentar existia sim, tanto que, à época da campanha eleitoral, Bolsonaro e aliados criticavam o Centrão.

A mudança de discurso começou em meados de 2020, quando o Governo passou a ser loteado a políticos do grupo.

8 – Bolsonaro debochou de contaminados por covid

Renata Vasconcelos questionou se Bolsonaro se arrependeu de ironizar pessoas que apresentavam falta de ar por conta do coronavírus. Ele se esquivou, mas chegou a dizer que nunca fez o gesto.

Porém, ao criticar medidas sanitárias do então ministro Luiz Henrique Mandetta, o presidente imitou de forma pejorativa quem passava por esse problema:

9 – Transposição do Velho Chico não estava parada desde 2012

O presidente mentiu ao dizer que Governo Federal entregou a transposição do Rio São Francisco, cujas obras estavam “paradas desde 2012”.

Na verdade, ao assumir a presidência, as obras já estavam 92,5% concluídas quando ele chegou ao Planalto, em 2019, segundo documentos oficiais.

10 – Governo não agiu 48 horas depois da crise de oxigênio em Manaus

Bolsonaro afirmou que o Governo Federal entregou cilindros de oxigênio a Manaus 48 horas depois que a crise de falta de oxigênio atingiu a capital do Amazonas.

Porém, Eduardo Pazuello, ministro da Saúde à época, foi alertado pela empresa White Martins sobre possível falta de oxigênio em 7 de janeiro de 2021. A crise se iniciou no dia 13. Somente no dia 17 os equipamentos começaram a chegar.

11 – Estudo não prova que pessoas se contaminam mais em casa

Ao ser questionado sobre a falta de políticas de distanciamento social, Bolsonaro se justificou citando estudo realizado no estado de Nova Iorque, em que dois a cada três testes positivos de covid-19 vinham de pacientes que estavam en casa.

Na verdade, o levantamento apenas mostra que essa amostra esteve em contato com infectados.

Naquele momento, o governador democrata Andrew Cuomo veio a público para esclarecer que a amostra da pesquisa foi relativamente baixa e que as taxas de infecção só caíram após o isolamento social aplicado no local.

12 – Reunião indica sim que Bolsonaro interferiu na PF

Quando a pauta da entrevista foi a suposta interferência do presidente na Polícia Federal, ele relembrou a reunião ministerial de 22 de abril de 2020. Segundo Bolsonaro, o vídeo da conversa, que foi apontada como prova da interferência pelo então ministro da justiça, Sergio Moro, “não provou nada”.

No entanto, o presidente diz explicitamente na filmagem: “vou interferir!”, se referindo à PF.

Após a demissão de Moro, Bolsonaro de fato trocou o diretor-geral da PF por André Mendonça, quem fez mudanças na superitendência do órgão no Rio de Janeiro, que investigava as supostas rachadinhas de Flávio Bolsonaro e aliados.Veja mais sobre:bolsonaroBrasileleições 2022globoJair BolsonaroJornal NacionalPolítica

JOHNNY NEGREIROS ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *