Uma hipótese sobre como a construção de templos gigantescos, as doações e o dinheiro do tráfico podem estar relacionados
O relato abaixo é hipotético. Serve apenas para analisar as possibilidades abertas pelos templos religiosos, que aceitam doações sem conferir o CPF do doador.
Em Curitiba, alguns evangélicos sérios tentaram incluir essa exigência nas doações. Não sei se foi adiante.
A lavagem de dinheiro consiste no seguinte:
- Construa um templo gigantesco, com capacidade muito maior do que a lotação de mercado.
- Em cada culto, pode-se alegar um comparecimento maior do que o real e um volume de doações superior às recebidas, tanto em quantidade quanto em valor médio. Não há formas de comprovar as declarações.
- O traficante tem uma ou várias empresas de prestação de serviço, especialmente de software – cuja avaliação de preço é menos transparente. E dão para a Igreja nota fiscal no valor de 70% do valor lavado.
Vamos a um exemplo numérico:
- Suponha que em determinado templo caibam 30 mil pessoas; que 10 mil compareçam a um culto com doações médias de R$ 10,00.
- A Igreja alega que o templo estava lotado e que a doação média foi de R$ 50,00.
- Nesse exemplo, ela declarou R $1,2 milhão a mais do que a arrecadação de fato.
- A empresa do traficante dá uma nota de R$ 840 mil, leva o dinheiro e o restante fica com a Igreja.
Em alguns grandes templos, por vezes recorre-se até a helicópteros para transporte de dinheiro vivo. Em outro templo, há uma doca para caminhão de valores da Prosecur retirar o dinheiro. Pode ser apenas dinheiro legalizado; pode ser que não.Veja mais sobre:igrejas, lavagem de dinheiro, tráfico, tráfico de drogas
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)