BOLSONARO DIZ QUE “HAVERÁ MORTES” CASO TENTEM PRENDÊ-LO APÓS SAÍDA DA PRESIDÊNCIA

CHARGE DE NANDO MOTTA

“Atiro para matar, mas ninguém me leva preso, prefiro morrer”, disse Bolsonaro, transtornado com hipótese de prisão

Com as pesquisas mostrando um cenário desfavorável para a sua campanha de reeleição, o presidente Jair Bolsonaro tem reforçado sua preocupação com uma das possíveis consequências caso uma derrota nas urnas em outubro o impeça de seguir no Planalto: que alguma das muitas denúncias contra ele na Justiça, emperradas devido ao seu foro privilegiado, sejam retomadas e o levem à prisão.

Dois colunistas da grande imprensa publicaram matérias com informações de bastidores que dão conta dessa inquietude que Bolsonaro teria confessado a pessoas dentro do seu círculo mais próximo.

A jornalista Mônica Bérgamo, do UOL, conta nesta terça (2) que Bolsonaro está preocupado não só com ele mesmo como também com seus filhos, e que “de acordo com alguns interlocutores, (o presidente teria se mostrado) transtornado em alguns momentos (em que se falou sobre o tema)”.

Bérgamo afirma que a coluna teve acesso a quatro diferentes relatos sobre a forma como Bolsonaro estaria lidando com a possibilidade de ser preso e como essa reação vem se tornando mais agressiva, conforme sua campanha não traz boas notícias a respeito das suas possibilidades de vitória.

A jornalista também enfatiza a forma como o presidente costuma recordar a ex-presidenta boliviana Jeanine Áñez, protagonista do golpe de Estado em seu país em 2019, e que se encontra presa desde março de 2021.

Bolsonaro já citou o exemplo dela algumas vezes em eventos públicos, mas segundo a coluna, entre seu círculo íntimo, o caso da Bolívia é mencionado para reforçar a ideia de que ele não aceitará sofrer “a mesma humilhação”, mesmo que precise provocar uma reação violenta, e que teria falado até mesmo em mortes.

MORTES E COMPARAÇÃO COM LULA

“Nas conversas em Brasília, ele (Bolsonaro) também teria dito, na mesma linha do discurso em São Paulo (em 7 de setembro de 2021), que pode haver ‘morte’ caso tentem prendê-lo”.

A colunista do UOL relata que Bolsonaro também teria se comparado a Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB), dois ex-presidentes que passaram pela prisão depois de deixarem o poder. O atual mandatário teria assegurado que ele “não é tão ingênuo” quanto seus antecessores, e que, diferente deles, saberia evitar essa situação.

Já a coluna de Guilherme Amado no Metrópoles, também com informações de bastidores sobre as preocupações de Bolsonaro com uma possível prisão, mostrar um tom ainda mais violento ao comentar sobre o risco de detenção após deixar a Presidência.

Segundo o jornalista, o Jair Bolsonaro teria dito que, em caso de a polícia aparecer em sua casa para executar uma ordem de prisão, “eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer”.

O colunista também lembra que aliados do presidente trabalham em projetos para tentar blindá-lo após sua saída do Planalto, o que inclui a possibilidade de criar o cargo de senador vitalício, tema que o GGN já publicou dias atrás, inclusive lembrando a semelhança dessa solução com a adotada pelo ditador chileno Augusto Pinochet – um dos ídolos de Bolsonaro – após deixar o poder.Veja mais sobre:bolsonaroJeanine Áñezprisão

VICTOR FARINELLI ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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