Primeiro, demole-se o pacto federativo, com a invasão do governo central sobre a tributação estadual, já quase consumada com a decisão de ontem do Congresso em legislar sobre impostos estaduais, como o ICMS.
Depois, já se ensaia avançar sobre a independência entre os poderes, a mais pétrea das cláusulas constitucionais.
Deputados e senadores passam a ter o direito de cassar decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal se “julgarem” que elas estão em desacordo com a Constituição, bastando que não sejam tomadas por unanimidade – todos já sabem que há por lá um ministro que vota em qualquer coisa que Jair Bolsonaro quiser.
Na prática, o Congresso se sobstitui ao Supremo como última instância jurisdicional, podendo anular até condenações criminais.
O paramento brasileiro virou uma organização criminosa, que movimenta bilhões de reais secretamente e, por eles, está disposta a transgredir e violar qualquer regra constitucional.
Arthur Lira é o gerente deste mecanismo, mas seu capo di tutti capi é Jair Bolsonaro, que lhes provê de fundos e proteção, como fazia-se nas Camorra, Cosa Nostra e na Ndrangheta italianas, que bem poderiam ser os apelidos dos partidos do Centrão: PL, PP e PR.
Ironicamente, gente que subiu ao poder por conta de nossa inacreditável “Operação Mãos Sujas”.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)