SUPREMO CASSA KASSIO E MENDONÇA EM ” FOGO BRANDO”

CHARGE DE AROEIRA

Bem que os ministros do Supremo Tribunal Federal vem se esforçando para não deixar que os ministros André Mendonça e, principalmente, Kassio Nunes Marques sejam relegados à condição de capitis diminutio, expressão do Direito Romano que hoje, no jargão jurídico, significa perda de autoridade e condição humilhante ou vexatória.

Acabaram hoje, pelo plenário virtual, discretíssimo, com a segunda decisão bolsonarista de Marques, de novo com a solidariedade de Mendonça, quase que num replay sem imagens da decisão de terça-feira.

Ao concordarem em deixar o julgamento das liminares concedidas por Marques a bolsonaristas condenados pelo Tribunal Superior Eleitoral, de fato, os tiraram da constrangedoras de serem massacrados por uma avassaladora maioria, provavelmente de 9 a 2, numa sessão certamente transmitida, em parte, por redes de televisão, permitiram-lhes escaparem, digamos, da exposição pública e iluminada do ato de vassalagem que praticaram ao dono de suas cadeiras e de suas almas, Jair Bolsonaro.

Se os dois ministros querem enfraquecer a imagem da Corte Eleitoral e até a do próprio STF, criando um ambiente de partidarização a toda hora usado por Bolsonaro para alegar que é perseguido pelos ministros do Supremo, os seus pares entendem que eles próprios – e nisso, mais ainda Nunes Marques – são elementos de degradação da imagem da corte, por uma visão de que seus mandatos são inseparáveis de suas lealdades políticas, o que os levou a cátedra, pela notória insuficiência jurídica (mais de um de que de outro).

Além disso, há um convencimento geral de que, cessada a causa do comportamento de ambos – e a causa é Jair Bolsonaro – eles refluirão e deixarão de produzir o “climão” que criaram no Supremo. Como se aprende nas faculdades de Direito, cessante causa tollitur effectus – cessando a causa, elimina-se o efeito.

Assim, nenhuma surpresa em que repetissem, em gênero, número e grau a segunda decisão, assim como farão, se necessário, pela terceira, quarta ou enésima vez.

Talvez sejam, até pela natureza servil que demonstram, problemas menores que outros para o próximo governo.

FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)

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