O interesse tem nome e RG. Trata-se de Cristiano Velloso, empresário bolsonarista e sócio da empresa Verde Agritech, produtora de fosfato sem cloro.
Qual é o interesse de Bolsonaro com a Rússia e seus fertilizantes? Até hoje, Bolsonaro foi incapaz de atuar desinteressadamente em relação a qualquer setor. No início do governo, anunciou redução de alíquotas de importação para alguns produtos, mas sempre era possível identificar importadores com alguma ligação com a família. A troco de quê, então, interessou-se pela questão dos fertilizantes e, especificamente, do potássio da Rússia?
O interesse tem nome e RG. Trata-se de Cristiano Velloso, empresário bolsonarista e sócio da empresa Verde Agritech, produtora de fosfato sem cloro. O início da empresa foi para exploração de ouro.
Velloso contratou, então, o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli e desenvolveu um produto a partir da mina de potássio de São Gotardo, na região do Alto Parnaíba, perto de Patos de Minas, berço de Paulinelli.
Até o início da guerra, o papel era visto com reservas, devido ao fato de ser empresa de um único dono, com remuneração extremamente elevada para o faturamento da empresa. Mesmo assim, abriu capital na Bolsa de Toronto, mas fracassou na tentativa de IPO em Nova York.
Com a guerra, a empresa retomou seus planos. Bancou um comercial com Alexandre Garcia, visando pressionar autoridades ambientais.
A empresa está vendendo o potássio a US$ 200,00 a tonelada, pagando apenas R$ 0,50 para os proprietários das terras, que até então viviam do Bolsa Família.
A empresa anunciou uma segunda unidade devendo iniciar a produção no terceiro trimestre, com capacidade de 1,2 milhão de toneladas ano.
Uma das missões de Bolsonaro na Rússia era justamente manter o fluxo de potássio para o Brasil, permitindo à Verde exportar seu minério e preparar seus IPOs.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)